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Mostrando postagens de novembro, 2011
Andando sozinha por aí, coisa que gosto muito de fazer, eu percebo o quanto essa cidade me ensinou. Em tão pouco tempo, tantas circunstâncias se repetiram. Os dias em que chorei sem parar, sem entender nada foram substituídos pelos dias em que entendi a razão de tudo ter um fim. Conseguir enxergar o lado bom em tudo, mesmo que tudo pareça simplesmente perdido. Ver vida em mim, mesmo que a pele e o semblante seja morto. Sorrir com tudo que possa me trazer alguma coisa boa. Voltar a dançar escondido, a cantar no chuveiro e a sentir cócegas. Oi, meu nome é Sofia! E o seu?!
É preciso confiar. Não sei em quê mais, mas é preciso. Porque se foi, um mundo criado por todos os argumentos da minha fantasia, utópica, mas não tola. É preciso confiar, no que encontrar de mais transparente. E chega a ser engraçada essa ironia que vejo. Nos mais misteriosos e tão mal interpretados rostos é que acabo encontrando paz. Onde até eu mesmo duvidava. E se for pra bater com o rosto no poste de luz de novo, por estar olhando demais pras estrelas, eu bato. É preciso confiar sempre, e acreditar em alguma coisa. Assim como é preciso bater com a cara em alguns lugares (altos ou baixos demais). Lá vou eu...
Eu não quero machucar ninguém. Muito menos a mim mesma. Quero poder dizer com a voz forte e decidida o que quero e o que não quero. Ultimamente, descarto indecisões, imprecisões e perfeições. Nem diante das coisas mais sérias eu consigo deixar a tensão tomar conta de mim. Sabe, anestesia? Pois é. Quero sentir só as coisas boas. Culpa, medo, fraqueza, ódio eu esqueço, deixo de lado, pra depois, se for o caso. Não que isso seja perfeito. É só uma decisão firme. Toda essa dor que cantam por aí, dizem sentir, por motivos tão comuns, tão reais mas tão normais, eu já senti. De dia, de noite, chovendo, com sol, no meio da multidão, ou numa estrada sozinha. Eu sei que passa. Então é o que desejo para o mundo e para mim: renovação. 
Tudo bem se eu pudesse escolher, não teria mesmo ficado mais velha. Não por ser infantil a tal ponto, mas simplesmente por vontade de viver a vida de um jeito mais doce, somente até os treze anos. Minhas utopias baratas ás vezes transparecem no meu rosto. E soa tão estranho, dizer a minha idade e ser surpreendida com reações tão bruscas. Nova demais, sempre... sempre muito nova. Tão cheia de vida, tanta coisa pra viver... ah! Não conhece nada, quase nada ainda desse mundo. E talvez, meus olhos grandes demais passem a ideia de que ainda vive uma criança dentro de mim. Não nego, ela existe. Mas não a ponto de confundir, não a ponto de perder por aí a responsabilidade, a integridade. Olha, fico imensamente contente quando ouço que ainda tenho muito pra viver! E se não houvesse? Seria mesmo um tédio. Mas ás vezes eu grito no espelho para que me mostre um pouco mais mulher. Não sou mesmo uma simples menina com o mundo inteiro a conhecer. Eu quero mais do que isso. Já que cheguei aqui, pra
De repente acordo e me lembro do sonho que tive. Minha mãe, sentada no sofá, me esperando pra dar o "bom dia". - Dormiu com o coração pesado hein menina. - Como vê isso mãe? Como assim? - Te vi dormindo. Quase enterrando seu coração. E agora, dá pra ver no seu rosto, claramente.
Sobre todas essas coisas que buscava um dia, eu consegui. Eu tive amor, vários dias de sol, tive dias ruins, consegui dizer sim, consegui dizer não. Sobre tudo que um dia planejei, cumpri. Fui surpreendida com beijos, declarações, amizades bonitas, presentes, mentiras, traições e até por mim mesma. Sobre todas as pessoas que eu um dia quis conviver, conheci e me diverti, chorei, briguei, quis todos juntos, quis mais, sempre mais. Mas esse pânico no momento em que fico sozinha, eu ainda não havia planejado. Então escrevo por aqui, pra ficar decretado de uma só vez: entrar em pânico, sentir profundamente esse silêncio me engolir, me lembrar de tudo que um dia tive, chorar se necessário, escrever se possível, comer e depois dormir.  Pronto. Agora, posso voltar a me apegar a alguns detalhes bonitos que a vida andou me mostrando? 
É de coisas leves que preciso. Esses olhares contagiantes, que nem sorrisos são, mas sorriem sim, pra mim. Olhando pro teto e ouvindo sobre todas as teorias de fuga, sobre acreditar (ou não) em amor eterno, sobre o cabelo estar bonito sem nada de frenesi. Sem cordas, amarras, cadeados, promessas. Talvez algumas fitas coloridas, e só.
Fico na sala sozinha, mas evito o quarto. E os desenhos vão ser colados na parede, pra eu voltar. As fotos talvez vão sumir. E parei de escutar alguns discos. Não sei se sinto falta, por costume, ou por faltar mesmo. Mas estou viva, precisando de tudo novo. Então, as paredes vão deixar de ser brancas. A janela vai dormir aberta. Que é pra eu voltar logo.
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E é com a leveza do humor de um grande amigo, que consigo captar as ótimas lembranças que temos sobre todas essas coisas que vivi e que até ontem pensava que tinham simplesmente acabado. Claro, tudo tem um fim mesmo. Mas quero deixar eternizado, os melhores momentos, as gargalhadas, as piadas, os dias de sol, chuva com tédio, as noites em claro bebendo, e tudo, tudo que aprendi durante esses anos. 
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"Cause I Keep on trying... Something ain't going, something ain't going on".
Lascando unhas. Comendo as beiradas. É pele. Não, já estão mortas. Mas sinto dor. Não, coceira. É, nos dedos, nos cantos assim. Xi, uma sangrou. Sempre sangra, e eu sugo. Mas depois tiro o resto. Mas minha mão tá um horror né? É, isso não tá legal. E o apêndice que você não tem mais? Tá indo pra onde essas porcarias agora? Sei lá, que se foda. É, foda-se. Dá vontade, eu preciso tirar... Se eu deixar crescer fica lindo né... é, mas aí você volta a manchar o rosto. É, espinhas. É, merda. Mas parece que limpa. Limpa mesmo. Mas fica manchado, estranho. E vermelho demais. É, mas e aí? Melhora alguma coisa. É, sua mão fica bonitinha. E suja.  É, é bom que cria o hábito de lavar. É, adoro lavar as mãos mesmo. Juro, é bom. Mas não adianta. O que? Se você continuar com essa mão no cabelo. Ah, acontece. Acontece que tanto seu rosto, quando seu cabelo ficam três vezes mais oleosos. Acontece também. É, e pode acontecer de assim, por acaso, surgir um buraco. Ah é... mas eu controlo, não arranco t
Dá pra sorrir, cantar, dá pra falar de mulher, comentar e rir. Dá pra curtir um álbum velho, que não se ouvia desde os treze anos. Dá pra dormir e acordar, comer freneticamente com a esperança de ter satisfação. Dá pra pensar no futuro até. Mas e aí, certas coisas é melhor ninguém nem tocar no assunto. É, a vida e muito mais do que eu estou pensando. E que eu raciocine logo. E volte a por o pé na estrada, e um sorriso de verdade no rosto, vai. 
Acordo pensando no passado. Vou dormir tentando planejar o futuro. O presente consome meu tempo, o resto do dia. Consome de uma forma brusca, não me deixa se quer respirar. Mal sinto o que faço, o que vejo. Mal sei o que quero. Confundo tudo, entre o sol e a lua, me misturo à qualquer concepção que explique essa confusão dentro de mim. Não é fácil retomar a vida só, depois de tanto me entregar. Não é nada fácil. Mas e aí? Nunca foi tão fácil, não pra mim. E entre as tarefas mais difíceis é me forçar a ficar sozinha. Nada de tanta ilusão. É, hoje, tudo que chamam por aí de amor, paixão, pra mim é ilusão. Tentei demais. Me entreguei demais. Acreditei milhares de vezes. Acordava pensando no futuro. Dormia lembrando do passado. Depois de ferida, a pele sangra, mesmo que não se veja superficialmente. Bastava fechar os olhos e deixar as cenas voltarem. Aí virei o jogo. As peças caíram, embaralharam-se as cartas, espalharam-se as dores e lembranças aqui dentro. Deixei tudo bagunçado mesmo.
Com a melhor das intenções, foi lá, acendeu um palito de fósforo e aproximou do gelo. Impressionantemente, o gelo se transformou em líquido, tão rapidamente, e mais do que derreteu. Certa parte, evaporou pelos ares. Podia-se ver uma pequena névoa sobrevoando a cena. Nem o próprio gelo acreditava. Tão frio, tão duro, escorria agora e enfim pelo chão, se abrindo e tomando um espaço enorme... Mas o fósforo, esse ganhou um sopro sutil, se apagou. O palito "crec", foi pro lixo.