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Mostrando postagens de abril, 2010
Gente normalzinha, pra mim Não deve dar nem prazer Aquilo que quando fica nu, Parece tão cru,  Que perco a vontade de comer. Isso que dá ouvir Chico Buarque demasiado.
As oito horas que durmo, pela noite, são carregadas por dois cobertores pesados em cima do meu corpo. Ao acordar, tenho de me vestir, me cobrir, exageradamente, muito frio, mais frio. As unhas ficam roxas, a cabeça dói. O vento forte e gelado, deixa meu ouvido com dor. E assim, é o dia inteiro, até a hora de você chegar.
Procuro observar as sombras, de cada cômodo, para me certificar que são somente sombras. Eu sei que serei forte pra estar sempre certa de que não há mais nada fazendo barulho, a não ser os carros lá fora, as folhas se mexendo no jardim, e foi exatamente por ter essa certeza, que deixei minha janela aberta. Eu serei forte, para que quando não for somente sombras, e folhas se mexendo, ou não for algo que caiu do nada de cima da estante, eu vou vou sim, me levantar diante do que for, e vou encarar. Dizer que faça o que quiser, que vou estar protegida, por Deus. Dizer que sou muito ignorante para simplesmente pedir que siga uma luz, e posteriormente pedir que Deus mostre uma luz, e que siga. É, siga, e por favor, me deixe em paz. Talvez, nada do que eu diga agora, não faça o mínimo sentido. Eu queria que não fizesse. Mas já que cheguei até aqui, eu vou continuar. Eu hoje, prefiro conferir em cada detalhe do meu quarto, em cada lágrima minha que cai muitas vezes, sem motivo, em cada grito q
É, aprendemos tanta lição. Engraçado, hoje ver, dava até um samba. Dava um samba daqueles mesmo. Você dançando, eu tentando aprender, o vestido girando e virando um balão. Dava. Até dava, mesmo que difícil, lembrar dos gritos, das brigas, só pra sentir mais felicidade agora. Dava pra subir no telhado e dizer que quero voar, pedir pra me segurar porque bebi demais. Dava pra rir até fazer xixi na calça, lembrar dos velhos tempos quando eu só vivia no quarto. Dava pra ficar horas olhando pro céu, pendindo benção e agradecendo. Dava mais que um samba, acho que dava mais sim. Dava pra você sorrir tanto. Dava pra eu  guardar se cabelo comigo, sua boca na minha, dava pra gente chorar quando o samba acabasse. Só pra fazer outro depois é claro. É amor... pode até dar mais sambas... pedindo pro samba não acabar nunca. Eu preciso aprender mais com você, acredite amor.
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Hoje sei que conheço quase nada de você. Sei, que meu tempo de te ver sem mudanças, já se foi, e custa muito eu recuperar tudo de novo. Custa não por você, mas por mim. Sei da responsabilidade que é, ter seus segredos, comigo também. Hoje, vejo você, como uma melhor amiga que tive, que não deixa de ser amiga, mas que não sou sua melhor. Não por desmerecimento de um lado ou outro. Mas pela distância. Distância interna, em cada uma, em cada coração que procuravam coisas diferentes para levar na vida. Mas as lembranças são muito boas, muito mesmo. Todos os dias que compartilhei as gargalhadas, as coisas sem muito nexo que fazíamos, dos dias de nada a falar, nem fazer, que mesmo assim, contava com a gente no quarto, simplesmente ouvindo música. É amiga... sinto saudades, mas sei que é assim que tem que ser. Confesso que ainda queria ter controle do que passa com você, as vezes, corro demais a frente do tempo e me conta que nada demais aconteceu. As vezes, fico pra trás no tempo, e me dá um
Não sentia nada. E só tentava explicar das vezes que senti dor, dias atrás. Queria poder encerrar tudo ali, de algum jeito, mas imortalizando aquele amor dentro de mim e partindo. Veio a minha cabeça, lembranças de gritos, meus pais morrendo por minha culpa, minha família destituída, minha vida dilacerando, eu não tinha mais o apoio deles. Eu não teria mais. Estava só. E nela, depositei o que havia guardado em mim, por todos esses anos, mais o que eu não poderia depositar nos meus pais. Até o que era pra ficar comigo, eu entreguei. Fiz mal, mas hoje, resgatei algumas para mim. Por incrível que pareça, não haviam lágrimas. Uma crise, talvez existencial, sem lágrimas, nem dor. Pensei que estivesse morrendo. Estava fraca, os olhos pesados, mas o corpo leve. Me despedi, pedi para que realmente me deixasse. Me vi inconsequente, impotente, não teria mudanças, se eu continuasse ali. Pedi à Deus que me levasse. Aproveitasse esse momento insensível e indiferente, e me tirasse de vez dali. Pra l
Ser gay não é nada fácil. Nascer gostando de pessoa do mesmo sexo, parece simples, quando se lembra somente disso. Mas as consequências de ser assim e de se assumir assim, são as vezes, sacrificantes. Perder a família, ou pelo menos parte dela, não ter apoio de praticamente ninguém. Perder a confiança de quem dizia ser seu amigo antes. Brigar com o namorado ou a namorada e não ter um colo para se consolar. Desconhecer as pessoas que mudam ao te ver. E acabar, por ser tão sozinho, depositando tud que você tem e sente no namorado, ou namorada. Tudo. Tudo que você é e sente. Toda sua felicidade, confiança, entrega. E, quando se vê sozinho, até sem esse depósito de sentimentos, as vezes, perde o sentido da vida. Perde o sentido por não ter ninguém, por não poder mudar. Porque não se pode mudar o que já nasceu em você. Só quem é, sabe e sente. As vezes eu só quero um momento de paz eterna. E eu não encontro aqui, em lugar nenhum.
Viva com intensidade.
Nesses dias frios eu me lembro que minha vontade de escrever por aqui, começou a um ano. A um ano, quando minha cabeça e meu coração estavam no auge da insanidade para alguns, ou simplesmente desesperadamente apaixonada para outros. Apaixonada por uma garota, e ao mesmo tempo por mim. Apaixonada por minhas escolhas que não estavam sendo totalmente feitas. Eu estava em transe, sozinha num lugar muito longe, onde ninguém conseguia entender minha dor. Acho que dores me perseguem. Ou melhor, eu as persigo. Persigo por medo da felicidade, tavez. Ou simplesmente para me preparar para uma dor que é mais forte e que provavelmente virá. É, eu não sou mais aprendiz de Poliana, tento por meus pés no chão, e mantenho o amor dentro de mim pra que meus pés não se afundem demais. Tudo em excesso faz mal, verdade? Não. Viver em excesso, faz bem. Só depois de viver tantas coisas durante um ano, eu sei que viver com intensidade é a melhor coisa que existe. Porque se chorei e sofri demasiadamente, tenh
Tem dias que eu tiro, involuntariamente para pensar na minha vida, de uma forma ruim. Sem estudar, sem nada para ler, sem poder escrever, sem você. Sem você por perto, sem você ter existido, sem você ter me beijado ou sem você ter voltado dizendo que tinha saudade. Contabilizo as discussões, mania de filha de contador, aquela coisa dizendo : 'vamos fazer o balanço, falta algo? Sobra algo?', como se amor, fosse algo a se medir. Eu sei que chega a ser podre. Mas depois que li um pouco as coisas que me mandou, e depois que li Clarice, percebi como somos. Ou pelo menos comecei a entender. Aquele ápice da felicidade, pedindo que alguém aqueça o ambiente e a ponta do sorvete derreta e desmorone no chão. Aquela mania que temos de lutar tanto pela felicidade e quando conseguimos chegar perto, uma carrega a outra, está logo ali, em cima do muro, pega! Pega! Mas aí a que está por baixo não aguenta e cai, dizendo que na verdade, nem queria tanto assim o que estava lá em cima, mesmo sabend

ACFL

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E era aquela menina, no meu colo a me olhar, pedindo talvez piedade, talvez um pouco mais de proteção. Minha mão ficava grande quando eu tocava seu rosto, vermelho e quente, e eu só queria diminuir toda aquela temperatura que fervia seu corpo. Eu sei que não estava bem. Me parecia uma criança, dessas bem pequenas, e que odeiam tomar remédio. Eu cheguei a sorrir, e depois parei, com medo de confundir meu sorriso com despreocupação. É que nunca tinha tido você tão envolvida com meus braços em meu colo. Nunca senti nada igual, era como se eu, eu mesma, fosse realmente capaz de te trazer um conforto que fosse te fazer melhorar. Sei que foi o remédio. Sei que você estava com dores, eu sei que não podia curá-las. Mas ver o quanto frágil ficava um ser que pra mim, poderia ser até imortal... era incrível. Sim, é pequena, frágil, delicada. E a partir de hoje, faço questão de cuidar, guardar e proteger o anjo que apareceu na minha vida.