Postagens

Mostrando postagens de maio, 2011
Faz um tempo, venho procurando liberdade. De início, liberdade com meus pais. Mais tarde, comigo mesma. Um pouco depois, liberdade com amigos, amores. Depois, quis a liberdade com um amor, que tantas vezes sufocou. Agora, quero a liberdade de talvez, não amar ou não morrer por não ter mais nem o amor sufocante e nem o amor que tanto me fez bem. Eu só queria amar e ser livre. Mas a dor é profunda demais quando não se pode ter os dois. 
" E há tempos Nem os santos têm ao certo A medida da maldade E há tempos são os jovens Que adoecem E há tempos O encanto está ausente E há ferrugem nos sorrisos Só o acaso estende os braços A quem procura Abrigo e proteção…" Ponto de ônibus, domingo, oito da noite. E eu escutei esse trecho, bem alto, vindo de um bar ali perto. Ainda é maio, mas o frio é muito por esses dias. Eu, procurando me proteger do mundo, de todos do mundo. Queria somente chegar em casa, vivendo a utopia da proteção sob muros e portas. Quando olhei ao meu lado, uma fila se formava, devagar. Homens que tinham como casa exatamente, o mundo inteiro. Colchonetes sujos, papelões, resmungos estranhos, rostos jamais identificados. Uma mulher sorria no início da fila com algumas sacolas e aos poucos, ia tirando um pão e entregando na mão de cada um. Outra, distribuía copos descartáveis, finos, com café. E assim, caras amarradas sorriam aos poucos, sumiam da fila, se sentavam pelas beiradas da rua. Mo
Me pego desenhando embalagens e salas, coisas tão técnicas que ainda não consigo ver a graça e o prazer que sei que tem. Em algum lugar, deve haver graça. Talvez porque antes, havia muita graça e vida, e não havia um nome "carreira" embaixo, esperando o fim absoluto das obras tão mesquinhas. Mesquinhas sim, eu sei até onde vou. Mas e aí, me faz uma falta danada escrever. Sobre tantas e tantas mil coisas que acontecem comigo por aqui, onde tudo é novo. Antes, eu escrevia com tal gosto, falava de dias normais, e das dificuldades em que eu, imatura e feliz, pensava que era sempre o fim. Foi o fim de fases, mas sabe, continuo por aqui. Fiz dezoito anos, não mudou muita coisa. Fiz dezenove, continuei namorando a mesma pessoa e, olha que beleza, fiz vinte e estou morando há cerca de 70 quilômetros de distância dela. Larguei um curso que odiei começar, mas deixei por lá uma mãe e uma tia, das quais não vou me esquecer nunca. E se Deus quiser, ainda encontro as duas em algum lugar de
As minhas malas me dizem certas horas que é melhor a gente se mandar. Eu não sou quem você quer, eu escuto sempre isso. Não me pareço nada com seus melhores amigos, com seus ídolos, com seus sonhos, com sua vida. Eu não me pareço com quase nada. Eu sou só um fiapo de gente perto de todos que andam me rodeando. Eu nem nunca liguei por ser um grão de areia tão insignificante, mas hoje eu vejo que estou me perdendo, aos poucos, de tudo que já fui um dia. Meu corpo já não sente nada, ás vezes, somente fome. E sinceramente, qualquer coisa que estiver na geladeira já me satisfaz. 
A minha vida se tornou tão mais viva, depois de tantas tempestades. E eu que achei que nunca aguentaria. Achei que eu fosse até forte, mas não o bastante. Daquelas tardes em casa, pensando nas gotas d'agua que caiam e eu escutava. Me lembro bem, que a cada uma nova gota, o ódio do tédio me franzia a testa com força a ponto da cabeça doer, eu só queria movimento. E é aí onde eu fiquei sabendo onde estava a solução. Eu sei me virar, viver a vida sem necessariamente alguém a me empurrar. Eu tenho pessoas realmente lindas, e as que não se consideram que se ferrem em seus imundos lugares. Eu não preciso de ninguém que me faça mal, que me compare ao chão onde piso. Eu posso não ter a maioria a meu favor. Mas a minoria, concerteza vale a pena. O que eu faço tem valor. O que eu vivo é importante e bonito. E o que sai de mim, para não mais voltar, foi minunciosamente pensado, calculado e testado. Eu sou frágil, mas tenho certeza de (quase) tudo que quero desse planeta.