A minha vida se tornou tão mais viva, depois de tantas tempestades. E eu que achei que nunca aguentaria. Achei que eu fosse até forte, mas não o bastante. Daquelas tardes em casa, pensando nas gotas d'agua que caiam e eu escutava. Me lembro bem, que a cada uma nova gota, o ódio do tédio me franzia a testa com força a ponto da cabeça doer, eu só queria movimento. E é aí onde eu fiquei sabendo onde estava a solução. Eu sei me virar, viver a vida sem necessariamente alguém a me empurrar. Eu tenho pessoas realmente lindas, e as que não se consideram que se ferrem em seus imundos lugares. Eu não preciso de ninguém que me faça mal, que me compare ao chão onde piso. Eu posso não ter a maioria a meu favor. Mas a minoria, concerteza vale a pena. O que eu faço tem valor. O que eu vivo é importante e bonito. E o que sai de mim, para não mais voltar, foi minunciosamente pensado, calculado e testado. Eu sou frágil, mas tenho certeza de (quase) tudo que quero desse planeta.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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