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Mostrando postagens de novembro, 2012
Vive nesse jogo de quem se sente sempre amado, mas soou como pedido em cartinha ao papai noel pra que eu escrevesse. E digo sempre e tanto de todas as formas que até hoje me couberam na mente, sobre esses olhos que ficam imensos atrás dos óculos, do mesmo jeito que é seu coração atrás da carinha meio amarrada. Desaprendi com o tempo e por circunstâncias passadas a dizer e a não ter medo de repetir, mas é que sua gargalhada me gozando a cara por tantas coisas que sou ás vezes me mete medo. Enquanto fiquei calada, percebi o quanto o mundo é grande, com gente demais por aí, e, olha bem quem anda me ligando todas as noites. Era só alguém um tanto intocável pra mim. Juro. Mas é claro que meu quarto com bichinhos de pelúcia e desenhos estranhos nunca receberia quem tanto tinha história, meninas, malas, cidades e mais histórias. Ou melhor, receberia sim. E levaria consigo uma vontade imensa de rir, bem alto. Mas é que sou assim mesmo, como vê. E o medo em mim, ficava maior quando sabia qu
a prendi a voar, quando percebi que não conseguia ter a mente firmemente segura. t udo pode cair, desabar, se quebrar, se perder, acabar. ser sozinha é ser o suficiente. q uando não há mais chão, eu alço voo do jeito que der. l eve demais, peso o suficiente. p alavras altas, contadas, falo o suficiente. e deixa pra lá aquela ideia de ser alguém que (tem) falta.
Por um passado que me faz perceber que tudo melhora, busquei abrir a janela, mesmo que chovesse dentro de casa, lembrando das coisas que durante tanto tempo fingi que não vivi. E questiono o porquê de sentir tanta falta de ser criança, se hoje o que me arrebata é ter a verdade nas mãos e conseguir entender mais da metade do que eu perguntava, olhando pra cima a cara de bravo de pai e de mãe. Segurava no bolso de trás, que era muitas vezes o que me restava e tentava andar no mesmo ritmo que ela, chegava a fechar os olhos pra conseguir correr mais rápido. Podia ver a novela que eu quisesse se fizesse companhia, esperando pai chegar de madrugada, via sexo, morte e ás vezes esses tapas técnicos de novela. Mas tive que encontrar uma revista velha pra perguntar um tanto atrasada, por que é que a gente sangra todo mês. Podia beijar os meninos, se quisesse esconder e escolher. Mas não queria. Não queria meninos, não queria scarpin, não queria que o Elias fosse embora, não queria dormir sozin
Ela fecha, eu abro os olhos, e fecho, abrindo a mão. Ela pega, não diz nada, eu abro os olhos, ela olha e fecha a mão. Eu fecho os olhos, ela sorri e me entrega a mão vazia. Eu abro os olhos, seguro a mão, procuro a outra. E volto à calma, fecho meus olhos. Está entregue.
Gosto da falta de tempo pra pensar. Sobra prática, faltam minhas teorias mirabolantes sobre o que sou para cada um e consequentemente um "quê" de liberdade, quando tudo ao redor ganha um dólar por crítica. O que eu quero parece caro e não dá pra pedir de natal. A dúvida quanto ao caráter dos outros, a certeza de alguma coisa realmente boa e forte que outros sentem por mim. Ligar o "foda-se". Eu quero esse botão de natal também. Mesmo que eu me sinta com cinco anos, abrindo uma caixa de um brinquedo que vai me fazer brincar sozinha, pela maioria do tempo. 
-  Por mais que eu dance com caras e minha boca colada querendo mais e dizendo que é só mais um pouco não vou cobrar nada, mas quero acordar e te ver por aqui, dormindo ou não e pedindo pra eu me calar porque falo demais e gosto do sol no corpo esquentando a cama sem te deixar dormir por mais cinco sete ou dez minutos extra conforme minha rotina e meu relógio biológico que diz que preciso comer preciso comer preciso comer. Mas quando percebo eu já me mexi tanto, meu braço dói e não sei onde mais dizer escrevendo pedindo pulsando a voz inerte ofega e seu coração inerte rega em silêncio e cultiva tudo que eu sinto nas entrelinhas espero que entenda mesmo inerte ao que faço grito e peço com culpa por um dia ter dito que não lhe cobraria nem mesmo um toque de mãos quem dirá ouvir com cuidado o apelo de quem ama sem poder dizer exatamente isso porque nunca se sabe nunca se sabe nunca se sabe se ama de volta.