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Mostrando postagens de abril, 2014

Sobre não ligar tanto pra casa.

Resolvi desapegar aos poucos de casa. Quando entrei na sala de embarque vi que isso seria necessário, já havia passado por momentos parecidos, quando a cabeça da gente não sai da casa dos pais e precisamos viver fisicamente em outro lugar. Fiz isso com várias desculpas, como a difícil convivência com minha mãe, minha discordância com o sistema da minha casa e depois com a ideia de que tinha muitas coisas a fazer. Mas eu sei, bem lá no fundo da alma, que fiz isso porque a dor diminui. Fui realmente aprendendo a viver mais sozinha, choramingando por aqui, nesse blog mesmo ou apenas emburrando por dias inteiros. A gente cria um sistema de proteção, em que sentir saudades deve ter limites, ou te faz desistir de tudo. E quando percebo que realmente os pais não vivem para sempre, o medo aumenta, e fico ainda mais dura. Mas hoje, hoje eu percebi tudo isso e tive que vir aqui dizer.  Me peguei ouvindo "eu apenas queria que você soubesse", música que me lembra minha infância, e a
Spring que se insiste em parecer com inverno. Bom, eu sei, combinei de não ficar reclamando, então parei pra pensar em tudo que muda ao meu redor quando o tempo insiste em ficar frio, o céu ficar cinza. Minha cabeça dói de frio, quase sempre. E quando eu boto a touca de lã, o cabelo embola muito, demais. Mas ainda assim eu resolvi andar hoje. E percebi que quando fica frio outra vez, eu tento não dormir tanto. E nem ficar triste demais, porque automaticamente a saudade aumenta. Quando esfria, eu tento não ligar pra dor de cabeça e geralmente penso em gastar meu tempo desenhando. Por isso hoje comprei mais um pincel pra aquarelar, embora eu ainda precise muito de aulas. Quando fica mais frio, as pessoas tendem a se aproximar de você. Então, pela primeira vez, uma senhora me ofereceu carona, mesmo que fosse pra um minuto de conversa até o fim da avenida principal. O atendente da loja mais charmosa de artigos de design estava muito mais atencioso. Eu voltei passando em várias outras loj
Todo o efeito do sol, compreende essa minha vontade de sair um pouco e relaxar. Sei o quanto preciso estudar, sei o quanto preciso superar minhas expectativas, sei muito bem que meu inglês ainda não está perfeito, longe disso. Vivo a saber das minhas falhas, dos meus pequenos rancores, e de talvez um bocado de pessimismo que ainda guardo. Os dias cinzas me lembram muito mais dos meus defeitos. E eu, me desdobrando em culpa e estudo latente, percebo que o efeito não é grande. Agora é a vez do sol, de suar de calor, de ter sede. Me deixa viver, me deixa viver...