Aquele tempo milagroso, onde qualquer riso era fácil e farto, qualquer programa parecia o melhor, qualquer fim de tarde bebendo coisas ruins, falando sobre nada parecia a melhor coisa do mundo, um passado rico em felicidade, em pessoas animadas, hormônios aguçados, fertilidade para o amor, hobbies raros, gostos compartilhados, uma explosão de sorrisos e gargalhadas que ainda escuto quando ouço todas as histórias. Mas eu, bem, eu sempre chego tarde. Sempre atrasada para o melhor que a vida já deu.
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Mostrando postagens de março, 2013
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Dos inimigos mais intensos que tive (e tenho), o espelho é um dos piores. Depois de um tempo odiando, passo para a fase de admiração de qualquer rival. Ele vira a arma, e é quando preciso ter mais controle pra não cometer suicídio. E ele é sempre muito bonito, porque se nivela aqui, no meu peito. Sou derrotada se nivelar pela cabeça, venço se souber dançar sozinha e sem olhar o reflexo do meu corpo, pele, cabelo e mente pelo salão iluminado.
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Eram três ruas que se seguiam. Cheias de histórias pra contar. Eu subia e descia com tamanho cansaço, já no fim da história delas comigo. E na cabeça, dava pra fazer um recorte fotográfico em linha do tempo, levando em conta as calçadas, os horários, as gargalhadas, gritos, gemidos, sussurros, ameaças e bastante despedidas. Foi ali que tive meu primeiro amor, daqueles que cega a gente e eu só via as três ruas. Subia, descia, quase sempre sozinha, não importava que horas eram. E entre calçadas e postes com luz demais, tive momentos de glória e momentos de dor no escuro, me sentia clandestina e o bairro inteiro, assim me conhecia. Subia feliz, descia chorando, subia chorando descia com os olhos já cerrando de exaustão. Motivos pra viver tudo intensamente demais eu sempre tenho. E se começam intensos, o fim das histórias quase sempre são exatamente assim, arrebatadores. E me deixava levar. Foi lá que ganhei um vizinho amigo, que me trouxe outro amor. Assim, desses que chega devagar
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Diz que sempre fala tudo e tem uma pose de quem gênio forte, não aguenta calada e não sofre por nada, com o rosto rígido, fechado pro mundo próprio. Mas reconheço cada traço inseguro. Na falta de fala que na verdade é mais ausente do que parece, no gaguejar que se esconde com uma espécie de pausa reflexiva antes de terminar as palavras, e estas, se alongam deixando a frase lenta, profusa. Nessa hora, dirige o olhar para o "nada", sem foco algum e mexe as mãos um pouco fora do ritmo. Algumas frases se repetem, uma, duas vezes, reafirmando algumas coisas, que eu acredito não poder esquecer nunca. Mal sabe disfarçar o que desgosta, olhando pra mim, mas me engole, sem cuspir nada, e ás vezes se pega rindo sobre o quanto sou diferente do que ela sempre olhou nas morenas por aí. Talvez acorde do meu lado e vendo o quanto sou branca, se desespere, ache graça do que fez. E a graça vem da frase que ela disse algumas vezes, sobre eu ter que amá-la pra sempre. Quase cena de filme, log
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Leva-se um tempo considerável até que as pupilas deixam de dilatar. É só mesmo o tempo de acender a luz e abrir os olhos na ânsia de enxergar. Mas são caminhos com fases. Acender a luz, abrir os olhos, querer enxergar e aí sim ver o brilho. Era complicado antes, querer enxergar. E depois, o difícil foi ter o controle exato para não deixar que o brilho cegasse. Isso condena tudo que veio antes. Sempre o auto controle... é ele quem me complica. Entre o tudo e o nada, há um mar tão imenso que acabo me afogando ás vezes. Entre fechar os olhos, me cegar com o brilho, chorar e confundir com o que vejo embaçado, eu escolhi usar óculos. Tenho tido passeios ótimos, sorrisos largos, e dias claros, talvez nas melhores medidas. * girl under control * paixão tipo b (do tipo que faz bem).