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Mostrando postagens de março, 2012
Se eu pudesse escolher uma coisa pra viver todos os dias, iguais, seria quando sinto cócegas. Ou quando causo cócegas. Então, aquela cena do colchão no chão da sala, e ela rolando comigo entre gargalhadas, lembrando os nossos defeitos que dão mais efeitos do que o resto da gente, as cócegas que viram carinho, que viram beijos, que viram suspiros, podia sempre se repetir. Eu não quero sentir medo, eu quero sentir cócegas.
Sei que sou careta, ás vezes rosinha demais, ás vezes sombria demais. Adoro ficar sozinha e escrever sobre as mesmas tantas coisas que a vida me faz. Desenho todos os dias, não tenho nenhum projeto em mente, não fumo e quase não bebo. Não sou de correr atrás do amor. Não, não sou. Mas se vem alguma coisa pequena, um carinho dele, eu não fujo. Não corro atrás do amor, mas se vem um carinho, chega, fica, deixa o cheiro, a cor, o sabor e as palavras, eu deixo, eu cuido e realmente, se eu puder escolher, pediria que ficasse. Só mais um pouquinho. Prometo deixar ir, quando quiser. 
Esse zunido que dá no ouvido da gente, querendo dizer alguma coisa muito importante mas a gente finge que não ouve. Eu sei, são conselhos do meu ego. As janelas têm rede, que até podem ser cortadas com uma tesourinha escolar. Mas ainda estão aqui, e talvez sejam resistentes. Talvez. Porque quando eu acredito que é melhor ficar, algo me empurra. E quando eu cismo que vou pular, alguém segura meus pés ao chão. Eu não tenho certeza do que quero, do que é, do que sou. E a única vez que eu disse, enchendo a boca, que tinha certeza de alguma coisa, senti uma punhalada nas costas, da qual não me esqueço a dor. Então, caminho pelas cordas bambas achando que estou bem. Que não vão invadir minha alma, mais do que já invadiram meu corpo, que mesmo se fixar na minha mente, eu permanecerei bem. Tranquila, sóbria, de tal forma que ainda haja cor nas maçãs do rosto e que eu não esteja apática. 

SMS

tudo bem, pode falar, porque aqui é bem mais fácil. você diz, eu te conto e estamos kit: todas sentimos saudade, carinho e uma coisa que impõe um muro, medo. que se foda o amor, eu quero tudo de novo. e de novo. e de novo. novo. dentro de mim.

ônibus.

Sua cara amarga e seu perfume extremamente doce, definitivamente, embrulharam meu estômago.
Eu nunca sei como agir com ela. Vou, volto. Corro a quase cento e vinte quilômetros por hora e de repente me vem um freio, não sei de onde, não sei pra que, POR QUE, e eu quase dou de cara no vidro. Mas eu disse que uso o cinto de segurança, não disse? Sou precavida, eu disse. Me disse que adorava viajar sem freios. Preferia cair sempre. Uma fala até estranha. E aí, de repente, surge um freio "automático" que me deixa perplexa. Do nada, assim, me tapa a boca, e não me deixa dizer nada! Tudo bem, tudo bem. Mas é que com o freio, vem a inércia. E minha tendência, é não querer parar. Um aviso: eu vou tirar o cinto, e a próxima vez em que botar o pé no acelerador com tanta vontade, fique sabendo que o freio pode me matar.
Trinta minutos conversando com uma moça, num departamento público onde as filas são gigantescas. - Bom, achei que você fosse professora. - Não, por enquanto, só estudante mesmo. - Ah menina, minha vontade é estudar direito. Mas ainda há muita dúvida Eu não sou tão velha assim, pra voltar a estudar. Mas demanda tempo. E aí, se eu começar, não posso desistir, nem perceber que não é isso que quero. - Mas tenta... você parece mesmo querer isso. - É, eu acho deslumbrante o direito. Imagina, como deve ser, ganhar uma causa? Mas daí, o universo é regido por certezas. As leis dele a gente sabe que existem. E nada nesse mundo, se move só por dúvidas.  - Isso é verdade. Mas é que vendo você falar, parece que não há muita dúvida aí. - Talvez eu tente sim. Quem sabe né? Bom, minha função seria defender causas e assim, ajudar a sociedade. Leis sendo criadas e aprovadas, e você tornando tudo isso um barato com seu design! - É! (rs) No que você trabalha? - Sou cozinheira. E adoro observar os
É exatamente quando começa o frio que odeio ter as mãos tão geladas. O frio me deixa mais dura por fora, mais mole por dentro. O corpo gelado mas o coração fervendo.  "La verdade es que también, lloro una vez ál més, sobretodo cuando hay frío. Conmigo nada es fácil, ya deves saber, me conoces bién."
De cara num muro. Tem muito tempo já. Mas engraçado, na hora anestesiou. E só fui sentir a dor, agora. Na hora em que eu achei que meu rosto pudesse ser tocado outra vez. Logo quando senti o carinho no rosto, acho que enrijeceu. Voltei lá no muro, e ele sim, estava destroçado pelo chão.
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"Balayé les amours, avec leus trémolos Balyés pour toujours, je repars à zeró..."
A gente mal sabe se abraçar. Nas horas de deixar as palavras mais puras, menos elaboradas saírem da boca, a língua enrola. A gente mal sabe dar nome a sentimentos. E temos uma longa história cheia de detalhes que incluem bonecas dormindo, acordando com medo, presentes chegando, castigos com olhares, cenas de brigas e medo, muito medo. Mas daí, eu cresci forte, aprendi a falar pouco mais firme, assim como ele, tenho a mesma cara quando cansada, a mesma frieza para mil coisinhas. Deixei o tempo levar um bocado de coisa ruim embora, fechei e abri meus olhos. Dói crescer e perceber que eles não são tão brilhantes. Tão corretos. Que pode dar tudo errado. Que no fundo, eu posso estar sozinha. É, e estou. Mas a única certeza que peço, (e não sei pra quem peço ao certo, mas ás vezes até suplico), é que eu tenha um chãozinho firme, uma mão desajeitada segurando meu ombro, e essa cara que me olha e mesmo dizendo que minha voz é mole demais, sabe lá no fundo do que realmente eu sou capaz. Eu nu
Volto a caminhar cabisbaixa, devido a esse meu mundo tão conturbado. Digo que sinto medo quando percebo o quanto estou longe de todos que me acostumei, de cada um que costumava me rodear e me arrancar sorrisos. Todo mundo cresceu. Mas isso não era motivo pra deixar tudo triste. Tudo tão cinza. Eu me recordo de todo mundo, tem dias, que com mais facilidade. E vejo que o lugar que antes parecia me pertencer pra sempre, acabou ficando pequeno demais. Restrito demais pra mim. Nada de sonhos, eu cresci, e nesse mundo onde todo mundo tem que saber fingir e dizer bom dia, mesmo achando o dia um horror, eu aprendi também a me esconder de quase tudo. Caíram por terra, os sonhos. Eu tenho uma lista no papel, com algumas metas e prazos. Me arrancaram um pedaço da alma, me tiraram aos poucos a vontade de amar. As pessoas sentem medo de que eu sinta amor, e agora, quem começa a sentir medo, sou eu. Me tranco, de novo, nos pensamentos mais pessimistas. O dinheiro nunca será suficiente. Minhas metas