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Mostrando postagens de setembro, 2010
É sempre assim. Nos dias em que minha mente vai ao estopim, e o coração se omite, dizendo que quem resolve é a raiva, eu me lembro que estou trabalhando com o tênis e o casaco dela. E quando eu penso que é pouco, vejo que o perfume ficou impregnado nos meus braços, nos ombros... e outra vez na mente.
Não são copos com álcool, nem mesmo cigarro. Mas eu sei que pareço amarga se quiser me beber. Pouco destilada, eu tenho mania de realmente não misturar meus aspectos e pontos de vista com frequência. Não é por questão pessoal. É por questão de eu ser assim e ponto. Ou melhor, quase ponto. Eu sou flexível com milhares de coisas. Eu até escuto tudo que puder da boca de quem fala, leio outros pontos de vista extremistas e divergentes, mas na hora de defender o que penso, é exatamente como penso e ponto. Aí sim, ponto. Pode ser que o que eu pense, seja igual ou diferente do que você pensa. Mas isso nunca vai fazer eu gostar mais ou menos de você.
Eu sempre acho que estou exigindo demais dos outros. Do mundo. O que deveria exigir mais de mim. Sempre, sempre. Odeio dar trabalho, prefiro ficar no prejuízo, pra ver que seja um sorriso ao invés de lágrima ou rancor. Mas depois de aprender e mudar tanto, pra mim ás vezes é ruim, dói ver a verdade. Porque me ensinaram tanto a lutar por minhas escolhas e pelos meus direitos, que deleti parte desse jeito de ser. Diziam: você pode sim. E sim. E sim... Fui com medo, sabendo dos olhares diferentes que surgiriam. Das pessoas que eu deveria conhecer porque me conhecem a fundo, sem eu mesma saber. Cheguei até a me culpar por ser tão distraída com isso. Ao descer do carro, ela fez um bico enorme e olhou para o pai: por que não me disseram que as namoradas viriam com blusa? - Eu supliquei que se calasse, o que acontecia era um privilégio pra mim. Feito. Entrei na igreja e me sentei bem longe de todos que conhecia, e a mulher que estava ao meu lado, conversava comigo falando meu nome. Bem, e
"Quando acende esse cigarro Eu vou e tiro sarro Deixando o colo teu Traga e sopra pr'outro canto Virando o rosto tanto Giro q'o charme deu Mas,no fundo, eu admito Olhando assim de lado Eu...te acho tão bonito" http://www.vagalume.com.br/mallu-magalhaes/te-acho-tao-bonito.html#ixzz0zsxpAbEy Eu arranquei de mim, todos os possíveis impecílios. Descamei minha timidez, guardei a máscara de sair com conhecidos. Deixei o medo de ser insegura, sendo um sorriso apenas. Coloquei à prova tudo aqui dentro e excretei todas as desordens do meu ser. Eu aprendi a me divertir, a ultrapassar limites, a ser como quase todo mundo. Eu me embriaguei, sem sentir vergonha, rebolei até o chão, quis teu corpo com chocolate, mel, sal, limão. Eu gritei enquanto se calavam num show, rodei com uma saia enorme como fazia no meu quarto, num lugar com todo tipo de gente, fiquei minutos inteiros olhando o céu. Eu perdi o domínio que antes, só eu tinha. Mas por favor, não desperdice.

Fictítio.

-Tira essa pintura macabra do teu rosto garota! Arranca essa roupa que te faz tão justa! Abaixe o cabelo e cubra-se do que for, menos do frio que faz lá fora! Vê o olhar que tem? Não, não vê! Porque se porta como apenas um corpo que pretende rodar e se mostrar! Não tens nada menina! Não tens nada ainda... somente uns olhos que infelizmente não enxergam nada do que a vida realmente é. - saiu amedrontado com as próprias palavras, batendo a porta frágil da casa, que tremeu. Gabriela tinha o rosto borrado, machucado, feio agora. Pó se misturava à lágrima, ao batom, à dor de ser quem era, ao medo de nada mudar. Queria sumir. Ou simplesmente aparecer muito mais do que já havia aparecido. Queria ser Gabriela, a garota que enxergava a vida como ela realmente é. Ps: sem base em nenhuma outra história vivida ou convivida. Talvez lida, mas não me lembro.
Aqueles anos, naquela escola não foram tão intensos como foram meus últimos três. Mas não justifica o que fiz com aquelas amizades. Bem, amizades eu não posso dizer. Mas aquela amizade, aquela especificamente sim. Eu simplesmente a deixei. Eu acreditava que iria conquistar o mundo e percebi que ela nunca precisaria de mim e simplesmente fui. Dizem que todos mudaram muito o jeito de ser naquele último ano, o ano em que eu já estava longe, inclusive ela. Minha melhor amiga. Havia uma professora que amava deixar os trechos bíblicos de lado (a escola é católica e aulas de religião, obrigatórias) pra falar sobre a relação entre os alunos e, faltando umas semanas pra eu deixar tudo aquilo houve uma dinâmica, com uma bola que era entregue a alguém em especial. Quando ela chegou em mim, eu não soube dizer nada, só soube chorar e dizer que a bola iria pra minha melhor amiga. Ela nunca me conheceu de verdade. Mas ela me deixou ser a melhor amiga dela por um tempo e aquilo importava
De repente me caiu a ficha de que tudo que eu tenho hoje, era somente sonho há anos atrás. Estava no automático a um tempo, sempre tive tendência a fazer toda a rotina ou até mesmo mudá-la de forma robótica. Mas quando dei por mim, estava aos prantos com medo de perder. De perder a volta pra cá, de perder a garota dos sonhos voltando pra mim, de perder os melhores passeios, de perder meus pais me aceitando... Foi uma emergência correr de noite até a casa dela, sem sentir frio, sem sono, mesmo cansada. E o robozinho aqui aprendeu a chorar somente no seu colo... Agora, não posso mais viver sem. Vai ser sempre mais ou menos essas falas, essas lágrimas, mas de alívio por saber que não, eu não estou sonhando!

Um sonho (que tive).

- Posso ligar? - Claro, liga aí. Pegou o telefone, discou. Fiquei vendo a tevê, mas assistia mesmo a ela tentando fazer algo. Não sei no que daria. Mas nem eu estava contente e faria o mesmo. - Ninguém atende. - Como imaginamos. Tem como deixar aquelas mensagens não? - Soltei. - Vou tentar. Mas ninguém deve ouvir essas mensagens. Eu escutei o sinal e então, ela começou a falar: Oi. Aqui é Carol. Tô ligando da casa de Sofia. Só queria saber como você tá. Você sumiu, aí eu e Sofia pensamos em ligar, só pra saber mesmo. Você tem escrito coisas tristes... Sofia disse que você tem talento e sei disso. Mas eu também sei que você tem dor. E eu tava pensando... uma coisa não precisa depender da outra. Entende? Acho que sim. Então... é só isso. Qualquer coisa liga de volta. Mas só não esquece do que falei. Seu talento não depende de dor... Não fica assim. Fica bem. Com Deus. - Desligou. Ela respirou aliviada. De repente acordei e me comprometi a postar o texto aqui. Feito. Força aí,
E quem precisa de muito nexo nessa vida? A gente precisa de mais, muito mais. Aprenda a ter um amor, pra cuidar Um lar pra morar Mas nunca se esqueça, das doses de bom humor sem nexo algum. Ultra necessárias a qualquer momento do dia ou da noite. O resto a gente toca, no batente.
Estava quase tudo escrito quando apaguei. Eu falava sobre meu encanto perdido. Agora, preciso voltar a pensar no que posso perder, exatamente a qualquer momento, tirando a vida. Ou então, é melhor nem pensar. Só não me pede pra dizer 'pra sempre'.