De volta ao exílio. Mas com liberdade demais.
Percebi que só volto aqui quando me sinto uma penugem solta no ar. Sem chão mesmo. Isso precisa mudar e então resolvi me estabilizar melhor para entender tudo à minha volta. Passei dois anos vivendo uma luta incessante para viver novas aventuras. Tinha um novo amor, o qual citei uma ou duas vezes, e me guardei em silêncio para muita gente sobre isso, a fim de evitar tantos comentários sobre mais um namoro à distância. Deu certo, até o dia do fim. O ano de dois mil e dezessete foi dolorido, muito trabalho, uma vontade louca de ter aquele amor pra sempre, pouco dinheiro e vários momentos de descobertas. No fim, eu tinha quase tudo nas mãos: um programa de trabalho fora do país, passagem, malas prontas. Ela resolvera voltar para casa, no mesmo país que eu iria, porém a três horas de fuso. Era o fim. Acho que nos prolongamos até mais do que devíamos. Me machucou chegar na Califórnia e lidar com o fato de sua voz, sempre calma, me dizer que mereço outra pessoa. Alguém... disponível.