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Mostrando postagens de julho, 2013
Não queria começar a escrever ainda no Brasil. Tenho a sensação de que pioraria a situação que me encontro, soltando frases nostálgicas e remetendo também a um passado frustrante, cruel e traumático. Mas cá estou, fraseando. Simplesmente porque crio uma introdução de um longo texto a cada noite antes de dormir, mas sem anotar nada, choro um pouco e deixo o sono levar. Deixar de falar nunca fez bem. Mas descobri que me mostro com uma seriedade antes nunca vista. Pessoas olham pra mim e, tratam meus sentimentos a sério porque assim exijo a quem me importa. E ao aprender, ouvir e assistir esse respeito ao que sinto, as coisas ficam no controle. Mesmo que a dor das partes difíceis lateje um pouco aos fins de semana. 
E o hábito de me preparar incessantemente para receber as piores notícias do mundo. Contar até dez, sorrir, ás vezes até gargalhar. Dizem que é assim que os adultos parecem mais fortes. Até ficarem fortes de verdade.
Em câmera lenta. Chega a ser irônico meu sorriso olhando por horas o par de olhos abertos, fechados. Se abro sorrio, se fecho ainda os vejo abertos. Se curvam e por minutos, me deixam. Mesmo assim, sob chuva, sol ou escuro o meu beijo na testa é pra dizer que vai ficar tudo bem. Gargalhei por desespero, chorei de alívio no telefone, é um mundo novo, eu sei. Mas farei valer. 

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[Por dentro, em chamas. É, fogo mesmo. Mas alguma coisa deixa intacto aqui dentro, e por isso talvez me queime o peito, mas é somente isso. Não quero ferir ninguém. Não quero estar no lugar, talvez de outra pessoa. Não sou de me esforçar pra assim chamar atenção. Me noto na própria ausência. Se me notam, nem fico sabendo. Não explodo fácil, se quer uma faísca minha aparece a qualquer um. Se brilho e esquento aos gritos quando me acalentam, do contrário não me mexo, pra não incomodar. Posso ser discreta até deixar de ser. Posso deixar tudo vivo e vibrante, com o rosto calmo, sem tanto parecer, porque o calor é bom quando vem aos poucos. O aconchego sutil, a respiração tranquila não apagam e nem deixam as chamas sob perigo. Posso deixar o fogo aceso sem mostrar a ninguém. Mas fogo, depois que se mostra, pode não ser mais nada. Se vier de repente, fugaz ou exageradamente, perde a graça, acostuma-se. Até se queimar. Mas jamais chega nessa parte. Eu me queimo por dentro, esconde
Sou um impulso precipitado que tem ganas de voar alto, cedo demais, mas que seja. O fato é que de impulso a impulso, quando dá fome do abraço, só pode ser o dela. Quando a barriga dói de saudade é só ela que cura. Quando a boca seca não tem água de ninguém que abasteça. E é aí que a coisa pega no pescoço e torce, pode até te deixar de cama. Vai por mim, deixa de cama sim. Num impulso. 

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Sem desesperar, e sem esperar demais. Que seja como queiram todas as energias juntas. Não meço mais a força dos dois pólos distintos. Se houverem três, cinco caminhos, fecho os olhos, e que me levem para o melhor. E quem sou eu pra dizer qual o melhor? Tantos têm sorrisos, têm espinhos e não é isso a vida? Tudo isso junto, como um menu para escolhas? A diferença é essa: não sou eu quem escolhe o caminho. É ele que me destina a algum lugar. 

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Diziam os textos que eu jogasse fora a negatividade. Olhei mais para fora da janela, fechei a porta e esqueci as chaves quando já estava fora, com calma deixo as unhas crescerem de novo. Novamente, li que afastasse pessoas e coisas negativas e fizesse o contrário com o que causasse sorrisos. Desde então tenho comido todos os doces que antes nem provava, e não tiro a Ana de perto, mesmo longe. No fim de tarde, início da noite, fico entre as risadas por engordar, as escolhas de livros, nomes e futuros, tento levantar um pouco o astral do Pi e vejo que ele passa esse mesmo astral adiante. Veja bem, que bonito. Tudo começa com um coração bom, que quer sorrir, mas sozinho não faz tanto sentido.