Em câmera lenta. Chega a ser irônico meu sorriso olhando por horas o par de olhos abertos, fechados. Se abro sorrio, se fecho ainda os vejo abertos. Se curvam e por minutos, me deixam. Mesmo assim, sob chuva, sol ou escuro o meu beijo na testa é pra dizer que vai ficar tudo bem. Gargalhei por desespero, chorei de alívio no telefone, é um mundo novo, eu sei. Mas farei valer.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
Comentários