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Mostrando postagens de junho, 2011
Desculpe o mau jeito, o abraço torto, a mão sem lugar. Mas a gente vai desacostumando o que é receber carinho sem medo de se entregar. A voz fica rouca, nem abro a boca mais. E eu vou me enterrando aos poucos, com as caixinhas que não cabem mais cartas de amor... 
Toda essa rotina fácil de quem ganha pouco mas ta de pé. Essa cara lavada de dizer que não é porque o mundo não deixou. Tão fácil parece ser, que na vida difícil que um dia levou deixou nada de marcas, nada de nada. Somente viveu, e contrariamente aos que renascem das cinzas e supreendem, esse escalou, subiu ao monte e na primeira queda caiu e morreu. 
Por um bom tempo eu esqueci um monte de gente que esteve ao meu lado. Larguei todos, simplesmente dei tchau e fui embora, com poucas explicações. Eram momentos difíceis demais pra eu parar, explicar e ainda corria o risco de ninguém entender nada e ainda me julgar. Aos poucos, eu vejo algumas dessas pessoas, voltando à minha visão. Algumas voltam felizes, por me verem contente com a nova vida. Perguntam por tudo, comemoram. Outras com receio de algumas coisas. Nunca quis forçar ninguém a ouvir nada da minha vida. Eu gosto de cuidar de mim, sozinha. Acho digno. E amizades são fundamentais, mas depender delas todo o tempo não faz bem. Mas bem, atualmente eu sinto que ainda não sei lidar tanto com as pessoas. Com grupos. Com olhares que julgam. Não gosto de me apegar a colegas. Demoro a concluir amizades. Dizer "ele é um amigo" demora no meu mundo. Há precauções a tomar, muitas. Desculpa por ser tão estranha a ponto de esclarecer que fui ingrata em certos pontos. Eu ainda estou
Pelos domingos, sem nada pra fazer, somente dar voltas inúteis na lagoa. Pelas palavras ditas, da forma mais estranha, mais sincera. Pelos dias em que o sol era mais forte, e eu conseguia levantar da cama com um sorriso. Pelas dores de cabeça que tinha durante e depois de tanto chorar, pensando talvez, alguém até pudesse me ouvir. Pelos dias imensos de solidão extrema, aquela no meio da multidão, com vozes ininterruptas dizendo o que fazer na frente de um homem bonito. Pelos cabelos molhados de suor, por correr contra o tempo, contra o inimigo, contra os castigos, sacrifícios malucos ditados por livros. Pelas calçadas marcadas nas beiradas, escuras pelas conversas, emocionadas paixões, loucuras escondidas, proibidas. Pelas porcarias nas bocas, engordando, sujando, fazendo rir, enlouquecendo, surtando, fazendo tudo rodar. Pelos sentimentos de perda, beijos amaldiçoados, mãos, pernas, convites, festas ousadas. Pelas descobertas coincidentes, lágrimas premeditadas, histórias já contadas,