Pelos domingos, sem nada pra fazer, somente dar voltas inúteis na lagoa. Pelas palavras ditas, da forma mais estranha, mais sincera. Pelos dias em que o sol era mais forte, e eu conseguia levantar da cama com um sorriso. Pelas dores de cabeça que tinha durante e depois de tanto chorar, pensando talvez, alguém até pudesse me ouvir. Pelos dias imensos de solidão extrema, aquela no meio da multidão, com vozes ininterruptas dizendo o que fazer na frente de um homem bonito. Pelos cabelos molhados de suor, por correr contra o tempo, contra o inimigo, contra os castigos, sacrifícios malucos ditados por livros. Pelas calçadas marcadas nas beiradas, escuras pelas conversas, emocionadas paixões, loucuras escondidas, proibidas. Pelas porcarias nas bocas, engordando, sujando, fazendo rir, enlouquecendo, surtando, fazendo tudo rodar. Pelos sentimentos de perda, beijos amaldiçoados, mãos, pernas, convites, festas ousadas. Pelas descobertas coincidentes, lágrimas premeditadas, histórias já contadas, recontadas. Pelo cansaço, pela precaução, pelo risco, pelo acerto, pelo erro. Pelo caminho todo errado, já marcado, reencantado, prometido e entregue. Pelo amor.

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