Pelos domingos, sem nada pra fazer, somente dar voltas inúteis na lagoa. Pelas palavras ditas, da forma mais estranha, mais sincera. Pelos dias em que o sol era mais forte, e eu conseguia levantar da cama com um sorriso. Pelas dores de cabeça que tinha durante e depois de tanto chorar, pensando talvez, alguém até pudesse me ouvir. Pelos dias imensos de solidão extrema, aquela no meio da multidão, com vozes ininterruptas dizendo o que fazer na frente de um homem bonito. Pelos cabelos molhados de suor, por correr contra o tempo, contra o inimigo, contra os castigos, sacrifícios malucos ditados por livros. Pelas calçadas marcadas nas beiradas, escuras pelas conversas, emocionadas paixões, loucuras escondidas, proibidas. Pelas porcarias nas bocas, engordando, sujando, fazendo rir, enlouquecendo, surtando, fazendo tudo rodar. Pelos sentimentos de perda, beijos amaldiçoados, mãos, pernas, convites, festas ousadas. Pelas descobertas coincidentes, lágrimas premeditadas, histórias já contadas, recontadas. Pelo cansaço, pela precaução, pelo risco, pelo acerto, pelo erro. Pelo caminho todo errado, já marcado, reencantado, prometido e entregue. Pelo amor.
I'm like a bird, Six Feet Under e os últimos 5 anos da minha vida.
Deixei essa música pra tocar, porque me lembro de ouvi-la há anos, desde quando terminava o ensino médio, até à época em que entrei pra faculdade. Hoje, trabalho em uma rádio que toca sempre, mesmo que ela seja uma música velha que a geração dos meus irmãos mais novos nem conhece. E toda vez que ela (e outras músicas antiguinhas) tocam enquanto trabalho, minha mente volta anos atrás. Acabo analisando várias coisas. Naquela época, eu achava que não iria gostar tanto de ninguém, e como minha vontade secreta sempre foi "bater asas" por aí, mudar de estado, país, conhecer coisas e lugares novos, eu sempre me via na música. Parecia coisa de adolescente mesmo, querer tudo aquilo. Mas aí, hoje vejo que estou a um passo de largar o pouco que tenho (pouco mesmo) pra me aventurar em uma vida que eu pensava em ter. Obviamente, eu gostei de muita gente, amei demais, sofri mais ainda (infelizmente ainda não consigo olhar apenas com o coração sem mágoa nenhuma de todos os meus
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