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Mostrando postagens de agosto, 2012
White Bird by KT Tunstall on Grooveshark Sem tempo pra pensar. E mesmo assim, ainda consigo ter a cabeça latejando. Lateja estranho, como se fosse a dois anos atrás. Tudo de novo, só que diferente. O que lateja não é por raiva, ódio ou repulsa. Acho que é porque o calor voltou. Não deve ser porque fui ingênua demais, por tanto tempo e a sensação é de que serei sempre, ingênua a ponto de sorrir ao diabo e lhe apertar a mão. Nem mesmo por todas as lembranças ruins que hoje fazem todo o sentido do mundo. Todos os dias sem explicação hoje sorriem pra mim, dizendo que fui tola. Todos os lugares que mais gostei de andar, hoje me causam pavor. Mas o que me faz latejar de dor é que tenho tanta coisa boa a fazer e não consigo. Pedro Juan estava na melhor parte e não o quero mais. As músicas entram e saem sem diferença alguma. Está quente, dispensei a coberta mas senti pânico na madrugada sem elas. Preferi suar. Preferi não olhar ipês, nem o sol, nem escolher refrigerante, eu nã
Não sei até onde vai a mentira. A verdade é o que sinto e mais nada. Estou no escuro ainda e não sei se não abri os olhos ou se realmente estou no buraco. Talvez os dois juntos. E se todo mundo sobrevive de alguma forma, eu deixo todos seguirem seus respectivos caminhos e quando não escutar mais ruído algum, eu saio daqui, sozinha, me levanto e vou andando.  Se quiserem me dizer alguma coisa, que me chamem logo pelos nomes mais baixos, chulos. Eu sei o que fui ontem e o que sou hoje para cada um. E sei o que sou pra mim. Em mim, eu acredito, tenho fé, me lanço ao fogo. Mas é isso. E só.
(...) O menino curioso demais, entrou no quarto correndo. Incrível quarto da irmã mais velha, que ficava fechado sempre e tinha um tom escuro e sombrio certos dias. Já que ela não estava e tampouco deveria chegar naquele momento. Ele sabia que ela tinha uma coleção, mas não sabia de quê. Ouvia dizer por aí. Esse era o ponto alto da curiosidade. Entrou e correndo olhava nas gavetas, no armário, depressa, deixando tudo fora do lugar. Sabia que no final, ela veria a bagunça, mas já estava acostumado com a cara fechada dela, com os abraços frios e os gritos que espalhavam pela casa inteira. Não encontrava nada, mas via num canto, uma parede escura com algumas coisas penduradas, como quadros. Foi chegando mais perto, mesmo cético, afinal, " devia estar dentro de caixas, enfiadas em algum compartimento super escondido ".  Um barulho lá fora e ele não conseguia sair do lugar. Tinha os pés presos ao chão. Conhecia até os passos dela e podia ter certeza de que levaria um tapa n
Querendo manter sempre aqui, tudo num tom de modéstia, mas chega a ser engraçado como exijo quase nada de ninguém, como quero cobrar de mim mesma, e caso eu não cumpra as coisas me puno de tal forma que acabo nem dormindo. Ser a melhor pra mim mesma nem é lá uma coisa que mexe tanto com minha cabeça. Mas ser a melhor pros que tenho tanto apreço, ah... isso sim vale muito.  E aí, aquele lance de querer ser legal com (quase) todo mundo, conhecem? Aquela mania que é minha, particularmente me ajudou muito a crescer lá, fora do quarto. Não rejeito os olhares dos desconhecidos como se todos fossem me roubar a alma. Não fujo de possíveis amizades, por idades, altura, cabelo, sexualidade, cor ou religião. Resolvi sorrir mais. Mas olha, nem sempre a vida me favorece. Eu não sou simpática. Eu sou muito do contra. Mas eu insisto em acreditar no modo mais otimista, vendo o lado bom que todo ser humano tem. Em (mais uma) contrapartida, eu olho no espelho e consigo ver que otimismo e ingenuidad
L'excessive by Carla Bruni on Grooveshark Imagine uma circunferência, colada na parede do quarto. Detalhando ricamente o ciclo do que sinto. É, exatamente assim. Não que seja sempre tudo igual. Mas certas coisas insistem em se renovar. Daí, de tempos em tempos, no meio da noite, tenho sonhos que poderiam remeter a coisas ruins, mas não. Eu não consigo guardar rancor. Mágoa, raramente. No máximo me afasto, prefiro a distância. Meu ódio dura pouco. Quase nada. O que aumenta é o que sinto por mim. Me faz mal lembrar de coisas ruins, me atrasa. E quer coisa mais estranha que sentir dor de inconveniência, quando se sente rancor? Bom, é nessa parte do ciclo que estou. Limpando o espírito de tudo que possa me atrasar ou tirar meu sorriso. Ou fazer desse frio lá fora, ainda mais congelante.  Deixa lá os espinhos de quem quer criá-los. Deixa cá minha mente em paz. Quero voltar a escutar todas as músicas, comer os doces que hoje ainda recuso, beber as coisas que deixei pra lá. Qu
Eu posso e quero voar por aí. E das coisas que sinto aqui dentro, sei que um dia eu vou parar. Não que eu não queira saber quando, nem onde, mas se eu olhar bem para os lados vou apontando e escolhendo com quem eu quero estar. Eu sei que parece loucura, mas tudo gira e muda tanto, que prever e sonhar tem sido normal, como escrever contos onde as linhas se contorcem, fazem nós, se desfazem, criam laços, embolam na ponta, na outra se soltam... mas ainda há tantas pontas e eu me vejo bem no meio. Entre novelos e fitas olhem bem, eu sigo me segurando com a maior fidelidade a mim mesma. 
Sinto saudades de tudo que ela me trouxe um dia. Não que eu tenha perdido, muito pelo contrário. Aquela cabeça cheia de cachos incontroláveis assim como o coração, me acrescentou tanto que sinto falta de ouvir suas histórias e seus conselhos. Aline é bem mais do que uma mulher feminista e com um discurso firme sobre odiar a parte provinciana da sociedade. Tia Aline, porque assim eu cresci sentindo que fosse sempre mais do que a amiga da minha mãe, madrinha de um dos meus irmãos. Parece longe explicando assim, mas é tão próxima que a admiração que sinto é fixa, contínua mesmo que o tempo e alguma distância me impeça de botar os assuntos em dia. Foi a primeira pessoa que me levou a uma livraria bonita e me apresentou vários livros, os quais eu realmente me lembro pouco porque nunca tive fixação nem pertinência com livros. E os filmes, que na verdade, destes não me canso de buscar mais e mais, me lembrar de cada um para conseguir ver todos hoje quando mais coisas fazem sentido na minha
Esse chão que piso e que ao certo, nada se sabe, me faz rolar por aí. Essa vida de acreditar que posso fazer o outro sorrir, me deixa contida e impotente. Nunca se sabe o que está debaixo do tapete. Não digo sujeiras somente, mas relíquias que (ela) pode pensar que é melhor esconder. Eu sei de nada sobre ela. Queria saber. Tampouco sei sobre quando seu sono sobe, quem é que perambula essa cabeça. Do coração eu já nem falo. Fico do lado de fora olhando os olhos se fecharem. Não consigo dizer o porque, mas sinto mesmo que estou somente do lado de fora. Com um platonismo que sempre me pertenceu. 
E me pergunto por que será que me importa tanto esse desassossego, se tenho em mente e em coração no que significa pra mim? Quando não se nomeia, minha cabeça permeia entre as possibilidades. Mas eu sei que ao certo, de alma e coração, quero que fique bem. Só quero que fique bem. E assim farei tudo que puder. 
O Teatro dos Vampiros by Legiao Urbana on Grooveshark Voltando pra casa com um aperto estranho no peito, fiquei matutando, querendo saber o motivo. Faz tempo que não sinto isso, mesmo que seja normal, pra quem tanto vai e vem, uma hora rodeada de gente, outra hora sozinha de tudo. Daí, lembrei do meu vô. E de mais uma despedida dele. Todo domingo era assim. Quase todo. E o vô hoje parece tão devagar... e o ruim é perceber que todo mundo continua se movimentando, sem perceber. Ele cantava umas músicas estranhas, que parecia inventar na hora em que a gente chegava em casa. Me rodava pela mão, chamando de zulunga, como se os netos fossem onomatopeias ambulantes. Nas férias, ele via a gente chegar, todos os netos juntos e confesso: sentia até medo pela bagunça. O vô sorria e no outro dia, tinha refrigerante no almoço. Tinha pão o dia todo e o café dele era sempre o mais doce do mundo. Melava. Andava o mundo de bicicleta ajudando minha vó nas vendas de Avon desde que eu me ente
"> The Greatest by Cat Power on Grooveshark Peço desculpas aos meus dedos e às mãos que nunca param de digitar, às unhas quem machucam os cantinhos por tudo, tudo outra vez. Me perdoem, mas é que ficar em cima desta ponte me machuca. Não sei até quando, nunca sei. Não volto pro lugar de onde vim. Não termino de atravessar a ponte. Do outro lado, pode haver nada. Muito provavelmente, não há nada. Está longe. Assim como é esta altura. Muito alto aqui. E eu também posso pular, se eu quiser. Sem a mínima vontade de um pássaro, que pode voar. Dessa vez, eu precisava cair, bem do alto. Sentir algumas coisas, fortes. Pois nem meus dedos sentem nada, não mais.
Sigo treinando meus poucos vocábulos em espanhol pelas ruas. Nem liguei pro frio, quando vi que na rua que passo todos os dias um ipê já floresceu. Ontem mesmo, durante o banho, tremendo e com unhas roxas (como sempre) pedi que o verão viesse logo. Eu era a única naquele lugar, de jaqueta. Quase sempre uso as escadas, pelo menos três vezes ao dia encontro com os degraus. Sigo esquecendo de levar a sacola ao mercado, à padaria. Volto com tudo nas mãos. Carteira, chaves, papéis, margarina, coca cola pequena e um punhadinho de solidão. Eu voltei. Mas descobri que tudo acaba sendo bem melhor assim. Cheio de punhadinhos, esperando o sol vir com mais força.
Parei entre as duas. As duas mais preciosas pra mim. Em tudo. Eu poderia me sentir estúpida e má pela situação. Mas a vida sabe que não é bem assim. A vida sabe que as intenções nunca foram as de machucar ninguém, muito pelo contrário. E eu, que antes preferia fugir de tudo, resolvi acolher todos os sentimentos possíveis de uma só vez. Voltando à mesa, entre as duas que falavam sem parar sobre as tantas coisas em comum. Acho que o fato de eu me sentir forte, é bom e devo muito a elas, que me deram força e sempre foram exemplo. Fui perceber que no fim das contas, ali naquela mesa eu era a que menos havia sofrido, talvez, bem talvez. Ou elas eram fortes demais, pra tanto tropeço. Vai entender o destino. Tantas histórias das quais eu sempre fazia questão de ficar longe, e bem agora eu me vejo no meio, exatamente no meio. Como uma pedra no caminho se eu for pessimista. O bom é ver que ainda existem pessoas assim... veja bem como é ter uma amizade pura a ponto de querer o bem do outro
Agostou chegou e dizem que a parte do inverno que mais faz frio já passou. Mas mesmo assim, eu almoço no meio do quintal, sentada na cadeira branca, junto com os lençóis e as roupas recém lavadas, pra pegar o calor do sol. Fui contraindo umas manias diferentes no mês de julho. Agora eu como mais doce. Resolvi descontar nisso, quando soubesse de mais alguma coisa que me deixasse triste ou só revoltadinha. É assim que as pessoas fazem não é? Daí bem no meio do quintal, depois de almoçar, eu pego o pote de geléia de abacaxi e depois que ela derrete um pouco eu aprendo a fazer isso. O que as pessoas fazem pra descarregar coisas ruins. Pra qualquer desordem mental existe o ato de respirar fundo, seguido de alongamento, talvez. Para os dias mais complicados, junto com o frio, o sono acalma. Nada em excesso, tudo em controle me faz muito bem. Julho mais uma vez me surpreendeu. Tive até medo quando percebi a quantidade de vidas que perdi e que ganhei num só mês. Melhor de tudo é sempre apr