Agostou chegou e dizem que a parte do inverno que mais faz frio já passou. Mas mesmo assim, eu almoço no meio do quintal, sentada na cadeira branca, junto com os lençóis e as roupas recém lavadas, pra pegar o calor do sol. Fui contraindo umas manias diferentes no mês de julho. Agora eu como mais doce. Resolvi descontar nisso, quando soubesse de mais alguma coisa que me deixasse triste ou só revoltadinha. É assim que as pessoas fazem não é? Daí bem no meio do quintal, depois de almoçar, eu pego o pote de geléia de abacaxi e depois que ela derrete um pouco eu aprendo a fazer isso. O que as pessoas fazem pra descarregar coisas ruins. Pra qualquer desordem mental existe o ato de respirar fundo, seguido de alongamento, talvez. Para os dias mais complicados, junto com o frio, o sono acalma. Nada em excesso, tudo em controle me faz muito bem.
Julho mais uma vez me surpreendeu. Tive até medo quando percebi a quantidade de vidas que perdi e que ganhei num só mês. Melhor de tudo é sempre aprender. Não que eu seja possessiva, mas ganhar amigos foi a melhor parte. Com eles aprender muita coisa. E conseguir chorar e saber lamentar na hora correta. Depois de tudo, conseguir perceber que mesmo me sentindo um alvo prestes a ser totalmente perfurado e machucado, simplesmente não sentir incômodo algum. Poderia dizer que meu santo é forte, e não nego que tenho proteção divina. Mas o que tenho mesmo a dizer é que eu sou forte. E por incrível que pareça, estou cercada de pessoas de grande força. Minha vida é bem maior do que eu imaginava e essa energia me leva onde quer que seja, sem que eu me sinta só.
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