Postagens

Mostrando postagens de maio, 2010
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
Desci a rua a passos lentos, deixei o vento gelado bater no corpo inteiro. Costumava olhar profundamente os olhos de quem cruzasse meu caminho, geralmente nos ônibus que voavam pela rua na madrugada, tentando decifrar a essência de cada um, querendo descobrir a história de cada ser. - Será que todos sofrem? Todos choram pela semana? Quantas vezes? Será que essa rua chora junto? - soavam em mim tantas desesperadas perguntas. Desci mais lenta ainda, quando ouvi um ônibus chegando, ia cruzar meu caminho. Olharia o rosto e os olhos de cada passageiro durante a fração de segundos que ficariam diante de mim? Não. Deixei e olhei para as luzes do ônibus que iluminavam a rua inteira. Me deixei ser observada, espionada, vigiada até por cada um que estava lá dentro. Ficaram as perguntas: Tentariam me decifrar? Tentariam procurar por meus olhos, na fração de segundos que ficariam diante de mim? Escureceu a rua, o ônibus passou. Levaram as perguntas nas rodas traseiras, dilacerando letras e meu pe
Esperava ansiosa, com um leve pressentimento de que algo poderia estar fora do lugar. Sempre tenho comigo a tentativa de ser mais otimista e menos precipitada, desde que ela me mostrou que eu estava deixando de curtir a vida para curtir meu pessimismo exagerado. Fui ver a rua uma vez, pensando que, pela hora já deveria estar chegando. Nada. Entrei e saí novamente, cinco vezes consecutivas, até ouvir a voz chamando meu nome. Corri, vendo seu soluços contínuos e a mão fechada, o braço reto, armado. Nem precisaria perguntar vendo algumas feridas aqui e ali. Não sabia o que fazer. Falei, como uma tola, disse tanto, que depois me faltou o ar. Um abraço, uma pequena despedida. Me deitei, dormi profundamente. Não tive sequer sonhos, pesadelos. Porém quando acordei, senti um vazio tão grande... cinco da tarde, fim de domingo; seus braços machucados, pela raiva repentina, quebrou uma janela assim, do nada; o céu cinza deixava tudo mais sombrio ainda; indiscutível, inexplicável. Procurei por Deu
surprise me please to remove this pain inside me, and say that the pain will never go back.
Minha cabeça pendia em cima do livro, sem vontade alguma de ler. Era intervalo, minha segunda vez ali. Haviam conhecidos, mas eu preferi ficar longe, sozinha. Esse medo de gente, que vez ou outra volta dentro de mim, me deixa triste. É, triste e desesperada. Porque além de qualquer circunstância, posso ser julgada, extremamente observada, zombada, excluída, e pior! Posso ser ainda, vista como arrogante. Talvez eu seja mesmo. Meu pescoço ainda dói. Mas prefiro ficar observando as letras do livro. Logo passa.
Fria, quase sempre, querendo explodir o calor dentro de mim. Abraço frio aquele mãe, abraço fraco. Eu poderia nem ter dito nada. Eu não tenho lá aquele valor, não ainda. Frases soltas pela casa, perdão mãe, não tem como eu me mudar, reinventar outra maneira de dizer que te amo, porque sou assim. E sou assim, porque te amo. Eu digo tão firme, mas com mãos trêmulas.
Sentia a dor da consciência, nasci assim. De corpo fraco, a dor física que fragiliza ainda mais, mostrava e gritavam as paredes: 'Nasceste para sofrer! Pediste para nascer! Pois chore tudo é só o começo'. Pois, desde então, me tranquei num sorriso amarelo e podre, mas que convence a quase todos. Os que não convenço, me trancam num quarto para que eu entenda de vez a minha dura e fria realidade. Hoje, em cima da minha pele, nasce uma espécie de casco. Quase já não sinto o tato alheio. Principalmente os mais fortes.