Sentia a dor da consciência, nasci assim. De corpo fraco, a dor física que fragiliza ainda mais, mostrava e gritavam as paredes: 'Nasceste para sofrer! Pediste para nascer! Pois chore tudo é só o começo'. Pois, desde então, me tranquei num sorriso amarelo e podre, mas que convence a quase todos. Os que não convenço, me trancam num quarto para que eu entenda de vez a minha dura e fria realidade. Hoje, em cima da minha pele, nasce uma espécie de casco. Quase já não sinto o tato alheio. Principalmente os mais fortes.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
Comentários
Me sinto assim as vezes, mas como disse outro dia desses, prefiro pensar que vim com alguma missao, nao é tudo tao a toa.Pense nisso!
passei horas aqui lendo haha
;*
isso foi tão tocante. muito bom sofis, muito mesmo!