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Mostrando postagens de janeiro, 2013
Com a foto na parede, ela fica com a carta do riso. Que ganhei numa exposição, num museu, onde fui só. A moça dizia pra eu escolher uma carta no baralho e diante de tanto pessimismo que diziam que me acompanhava, escolhi a carta do riso, um lado é de paus, o outro de copas. Guardei entre tantos papéis que acumulo por coleção e depois resolvi estampar a parede com ela. Copas para cima, paus para baixo. Abaixo da foto, que era pra explicar o motivo de tanto riso. 
Untitled by Sea Oleena on Grooveshark Não entendo o sentido, de qualquer forma, mas depois que chego à multidão me sinto melhor. É quando quase me perco de vista, nesse lugar onde tudo é muito e sou só mais uma. Me sinto melhor em ser só mais uma, e saber disso de forma nítida, em calma e sentindo paz. Mais uma que erra, mais uma que pode se dar mal. Talvez seja por isso. Ameniza  a dor quando tudo pode dar errado. Afinal, dar errado é normal pra todo mundo. Os cinquenta por cento de chance sempre pairam sobre minha cabeça, mas vai saber se é a metade boa ou a metade ruim. E no meio de tanta gente, mercado, ruas, comidas, bebidas, papéis e buzinas, vai saber quem é que vai me encontrar. Ás vezes é melhor se perder por aí. Onde as chances e proporções aumentam. Fica tudo gigantesco. Eu, minúscula, procurando simplesmente andar, esconder meus fracassos e me sentir comum. Por não ser tão forte e não saber lidar com tudo. Por querer as coisas mais simples e até agora, lograr muito pou
Posso ir, mas não ligo pra pizza. Nem pra pizzaria. Nem pro refrigerante, água e não estou a fim de beber. O mau humor não era fome, tampouco vontade de sair. Comi de tudo, do cru ao bem passado, bebi mais. Não me adianta comprar roupas, o armário entupiu, perco sapatos e nem sinto falta, e esse emprego, no fundo está melhor do que imaginava. Nem tratamento de pele, seio, cabelo, nem maquiagem, perfumes, unha colorida, viagem, carnaval, piscina. Existem coisas que o dinheiro não compra, e preços que custam tanto, que nem quero imaginar.
Entre suas cocas, os cigarros e essa melancolia que ataca depois da frase certeira que deixa qualquer cômodo mudo, fico com a mania de uma contagem regressiva interior. Bem caladinha, mas conta. Menos um, menos dois, menos três (...) Embora eu queira ganhar tempo, é como se eu fosse perder tudo em um, dois dias, um mês, dois, três talvez e pronto. Já era.
Meço minha coragem de acordo com o crescimento das unhas. Isso porque elas estão quase sempre curtas. Minha ansiedade é maior que a coragem, talvez. Mas me pergunto, quantas pessoas existem dentro de mim, quando me pego acreditando em contos ou emboscadas que crio num quarto que só eu durmo, crio sozinha, me pressiono, me prendo à rotina de ter que continuar sendo refém da mania. Prego minha indiferença à qualquer coisa que me tire o controle mental, que me deixe vulnerável e não me permita ter condições de voltar pra casa sozinha, se necessário for. Mas até onde vai isso, eu não sei. Nas entrelinhas me entrego à qualquer bom observador: quem muito foge do fogo talvez seja suscetível a ele, na sua maior sensibilidade. Me cansa o fardo pesado de me conhecer a tal ponto, se sou só minha é assim que tem que ser. Nunca se sabe, se a bomba relógio termina de contar por desespero ou liberdade. Mas com o passar do tempo, acho que ela conta em ordem crescente. Afinal, depois que se cresce é
Na escola, não me lembro de nada como um dia lindo, perfeito, do qual eu nunca esquecerei. Alguns talvez eu realmente nunca esqueça, mas nada que me dê orgulho. Não sei bem entender, mas evito o melhor. Evito a perfeição nas escolhas mais inconscientes. Não gosto da simetria, porque nada é eterno e eu realmente não ficaria feliz vendo o perfeito indo embora. Então eu percebi que afundar me aterroriza. Assusta a ponto de me fazer sair correndo. Me entregar seria ser fraca a ponto de entender e aceitar que quando tudo acabar, não saberia lidar com a dor da perda e da saudade, de algo que nunca vai acontecer novamente, nunca vai ser igual. E aí, olho ao redor e realmente não vejo nada. Poucas pessoas, que soltam meu nome pela boca, como quem cospe um chiclete que já perdeu o doce. O amor que sinto, sinto sim. Real a ponto de crescer aqui dentro de mim, sem quase não precisar de mais nada. Nasci, cresci e talvez eu morra no mundo platônico. ô saudade de saber escrever.
Um gosto tosco por ser tão careta,  meu orgulho grande que sai nem sei de onde. Fui me apaixonar por esse cheiro de cigarro embriagado com shampoo, e esse cheiro de nuca que sempre me amolece. Por esse humor que nunca entendo, a cabeça que tudo entende, tudo conhece, tanto quer, tanto sonha. Sou pequena demais... deixa eu caber dentro de você?