Entre suas cocas, os cigarros e essa melancolia que ataca depois da frase certeira que deixa qualquer cômodo mudo, fico com a mania de uma contagem regressiva interior. Bem caladinha, mas conta. Menos um, menos dois, menos três (...) Embora eu queira ganhar tempo, é como se eu fosse perder tudo em um, dois dias, um mês, dois, três talvez e pronto. Já era.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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