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Mostrando postagens de setembro, 2014
Nada será como antes by Milton Nascimento on Grooveshark Agora, a noite vem chegando mais cedo. Escurece de fora pra dentro, a velha rotina ainda me chama. Entro no quarto, acendo a luz fraca. Dói um pouco, mas depois de tanta força que meus pais me deram, impossível eu não aceitar a realidade aos poucos. As pessoas erram, por vários motivos . O quanto ouvi deles sobre aprender a perdoar, e a querer que todos fiquem bem, sempre. Eu olhava pra tela, e deixava as lágrimas correrem, deixava eles falando e mostrando uma nobreza que eu só queria captar inteiramente pra mim. Eu estava triste, cansada, mas em partes chorava de emoção. Quando eu falava da saudade de casa, meu pai dizia que poderíamos nos encontrar nos sonhos, porque nossa alma se desprende, e eu só não posso ir para lugares escuros . Sei que preciso aprender muita coisa para clarear a mente, meu espírito. Sei que ainda vou ter dias e dias doloridos. Mas a estrada segue. E pela saudade dos meus pais, eu acabo tendo a nost
Na solidão, meu quarto ganha vida. Não conversa, mas sente tudo, respira, me inspira e me solta devagar na cama, o travesseiro afunda e se molha quando viro meu rosto para outro lado. Esses lençóis que sabem mais do que qualquer humano sobre quem sou. Minha bagunça na mesa que conhece cada passo que dei e talvez a cada chute que eu dava sem querer na beirada da cama, era um sinal de que alguma coisa não ia bem. Cada chute, talvez fosse parte desse processo. Uma dor de cada vez. Mesmo que eu acordasse esperançosa no outro dia de sol e lembrasse do antigo pessimismo. Mais tarde eu teria mais uma hematoma em algum lugar. Uma dor afeta um lado, outra afeta outro, até que assim eu conseguisse enxergar melhor onde raios eu estava pisando. 
Quando ser forte, cansa. Cansa manter toda essa estrutura segurando um ano e um mês de saudade, de cansaço, de persistência, de esforço pra aprender, das dificuldades. Cansa fugir de enfrentar toda essa frustração, buscar aceitação de que mesmo me esforçando tanto, boa parte dos planos já era. Não, não foi culpa minha. Estar fora da zona de conforto tentando me adaptar sempre foi um desafio que enfrentei por vezes. Levantei a cabeça e toquei o bonde não foi só uma vez. E não, não é fácil. E não, eu não sofro porque quero. Ser forte é muito mais do que apenas segurar o choro e continuar a andar. Talvez seja chorar mesmo, todos os dias se for preciso, mas não desistir. Talvez ser forte, seja sair da zona de conforto por vezes e encarar um mundo totalmente diferente do seu, perder o chão e todos os refúgios mas ainda assim não voltar atrás por saber que é uma evolução. E então, ser forte talvez seja também desistir de vários sonhos e planos, aceitar a realidade dos fatos, deitar na cama
Aponto para outra fase. Questionamento. Pelas noites me distraio com tudo e todos, e há quem diga que sou sim muito amada. Entre gargalhadas e momentos tristes, começamos a estudar meu mapa astral. Quase como se estivesse ali, uma receita pra não sofrer de novo, ou uma explicação pra tudo que aconteceu até aqui. Minha lua, me assustou muito. Fui recebendo os textos e me arrepiando, acho que a gente demora a acreditar de verdade nessas coisas. Toda a tal carência vinda da infância, mãe e uma auto-confiança que forcei a construir pra sobreviver apesar de tudo. Mercúrio me deixou confusa, mas exatamente por me lembrar de toda profundidade em que vivo, essa ponte em que transito, solidão na multidão, tristeza em momentos bons e uma racionalidade e avanço intelectual exatamente por medo de perder a cabeça... E daí paramos em Vênus. O texto não termina, não sei porque. Toda a intensidade do hoje e o agora, a dedicação com o tempo e minha tão sonhada segurança... parei aí. Nem notei que o t
Nesse lugar tudo brilha. Entrar na rotina com todos esses dias ensolarados, mesmo que frios me faz mais dona de mim. Sempre me enxerguei assim, apesar de todos os monstros que me faziam recuar. Hoje, a sensação é de missão quase cumprida. Sensação de que fiz a minha parte, em todos os âmbitos, que tentei ao máximo mesmo tendo meus erros. Hoje, vejo que não sou perfeita, mas que soube disso desde sempre com um ar de quem buscava por melhora. Até que... evoluí. Ando pela universidade pisando em diferentes caminhos: quero mudar. Desde sempre busco enxergar o mundo e a mim mesma com certa mudança, aquele papo sobre nós e o rio: quando se entra no rio somos alguém, e o rio é um; quando se sai dele, somos outro e o rio também é outro. Não há como voltar. Nem há mesmo vantagem nisso. A evolução pode ser medonha, mas quantas vezes e quantos foram os meus medos, enquanto na verdade enfrentei cada monstro sozinha? Quantas foram, e ainda são, as noites com monstros que me fazem chorar? E no out
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Eu quero ver beleza no que passou e foi bonito. Mas hoje, eu preciso sorrir por outros motivos. Eu quero rir do que passou e foi engraçado. Mas hoje, procuro me divertir com lugares e pessoas totalmente diferentes. Eu quero poder um dia, me sentar na mesma calcada, e contemplar o tempo, que voa, que cura e que faz florescer de novo. E por fim, entender e fazer ser entendida sobre essa evolução que a vida e. Eu prometo um dia, sorrir, compartilhar novidades, abraços, sobrinhos no colo e talvez ate filhos. Mas hoje, eu eu quero me enxergar, olhar apenas meu caminho ate que não haja mais dor. Amanha vai ser outro dia.
Lagrimas de Oro by Mano Chao on Grooveshark Minha casa em Paraopeba. Minhas casas em Paraopeba. Uma solidão que não saía de mim aos domingos. Meus pais bebendo. Eu subia em árvores e lá passava o dia falando com insetos. Cidade perigosa, aprendi a bater em meninos. Mas corria das meninas. Perdi um amigo para o câncer. Espiritismo. Tinha tevê todo dia. Meu sonho era sair dali. Saí. Parei de correr das meninas. Aprendi a beijá-las. Conheci o amor. Conheci a dor do amor. Novelas mexicanas. Dançava sozinha no quarto. Conversava com meu cachorro, mas tinha medo dele. Me sentia livre, mas não era de fato. Sexo na rua, sexo em qualquer lugar. Meus pais bebendo. Ganhei um quintal novo. Passava tardes sozinha no gramado. Não sabia deixar de amar. Meu pai e o futebol no rádio. Sexo e dor. Reza. Amigos na calçada. Vodca. Rum. Muito. Festas. Queria sair dali. Saí. A maior cidade. Medo, receio. Sexo, bebidas. Estudo e estudo. Fraqueza. Desisti do amor. Sexo. Meu pai e o futebol no rádio. Detes
Noventa e nove dias. Como eu queria que o dia de hoje chegasse. Quantas vezes eu não entrei em desespero, sem querer contar exatamente quantos dias durariam minha estadia. E hoje, não faz tanto sentido voltar correndo. Ou faz. Ou faz, porque sei e sinto que aqui não é a minha casa. Na verdade ainda não tenho uma. E andar sem referência é o que tenho feito durante anos. Talvez por isso eu deposite tanto nas pessoas, afinal, não é fácil andar tentando sempre me adaptar e procurar refúgio para os momentos mais complicados. Tudo em cordas bambas quando estou sozinha. E cá estou de novo. Tentando me preparar pra dizer adeus a quem me deu certo refúgio, pra dizer "oi" a quem me espera com saudade no peito. Me preparo para não parar, não olhar pra trás, ainda que seja difícil. Pra enxergar a minha vida com seu tamanho real. Porque sei que é muito maior do que penso. Eu sou muito maior do que me vejo. Vejo onde estou. Vejo o que passei. Sinto o que cresci. Ainda que não com tanta e
Eu sei que tenho que passar por todas as fases, até que finalmente me sinta melhor. E eu não faço ideia de onde exatamente estou agora. Eu sei que é sábado, o frio já voltou e ainda por cima chove muito. O dia todo. E sei que ainda não deixei de acordar com as cenas que nunca vi, mas imagino. Sei que não sofro muito, mas que algo pesado me acompanha, me fazendo lembrar de todo o percurso que tive sozinha e como ele parece nunca acabar. O que era apenas um medo, tornou-se realidade e eu nem vi. De repente acordei, caindo em um buraco sem fim. O chão chegou e sinceramente ainda não deu tempo de juntar meus pedaços aqui. Acho que essa é a fase que estou, me recompondo. Mesmo nesse passo lento. Mesmo que apenas as paredes do meu quarto saibam. Mesmo que todas as pessoas me olhem a fundo e concluem o tamanho que sou. Tanta gente querendo me fazer feliz, que só quero logo uma cola que me refaça sorrir, pra que eu saia do buraco e prossiga meu caminho. 
O que será que se ganha quando me perde? Será que se alivia, sorri, gargalha, dorme bem? Será que se cria uma história onde há o lado da vitória? Será que é gostoso, satisfatório, engraçado, sarcástico? Será que passam a me conhecer melhor? Será que a vida fica mais colorida? Será, a minha vida, mais calma e minha. Será meu caminho mais firme, mais seguro. Será meu rosto mais corado, meu corpo mais rígido, meu coração mais valente. Será minha crença egoísta, meu diálogo justo sempre, minha fala sem medos, minha lealdade sempre presente. Será meu futuro mais certo, sem medo, com família e churrasco no quintal aos fins de semana. Será minha certeza de que amar a mim mesma será sempre, a primeira opção.
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"Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar. Minha casa não é minha e nem é meu este lugar. Estou só e não resisto, muito tenho prá falar.  Vou seguindo pela vida me esquecendo de você. Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver. Vou querer amar de novo, e se não der não vou sofrer."
Sim, o blog acaba andando ou rendendo mais com notícias tristes. Acho normal. Já que, desde quando o criei, minha vida começava a ser mais sozinha, tive que lidar com tanta coisa dolorosa e não tinha pra quem falar, que veio tudo parar aqui. Então, acho que dou uma trégua quando as coisas vão indo bem, e depois quando as fases tristes voltam, eu volto também. Na verdade, toda a época realmente boa que tive de uns anos pra cá, passou rápida demais. Tanto, que me lembro como ontem, como foi que começou. Talvez seja isso uma das coisas que mais me dói. Tudo mudou e eu não posso mesmo fazer nada. Aliás, o que sinto mudou muito pouco, mais pelas decepções. E não é apenas por orgulho, mas querer que uma ferida esteja sempre aberta me faz pensar que só mesmo continuar a vida sozinha é melhor. O problema é que aos poucos, volto a me questionar, qual a razão que as pessoas têm de me fazer sentir tanta coisa ruim em tão pouco tempo. O porque de mentir, esconder, fugir, negar. Qual o motivo de
- Nós Sofia, somos egoístas! - Meu pai dizia, tentando explicar. Eu chorava e questionava, mais e mais.  - Não pai, eu não quero ver ninguém infeliz não... se assim ela estiver mais feliz, que seja. Eu só queria que não me magoasse tanto, mentir, esconder, culpar, fugir... No mais, eu quero felicidade pra todo mundo. - Cheguei a me envergonhar pelo tanto que chorei, pelo tanto que dói agora, me envergonhei da minha amiga que acabou de perder o pai, e da outra que está com a mãe no hospital mas não pode fazer nada do outro lado do mapa. Mas veja bem, que vergonha não é chorar. Ouvi da boca do meu pai, que se eu não tivesse me entregado, não teria sido feliz. Se eu não tivesse confiado, não teria amado de verdade. E é esse o preço que se paga. Vou aprendendo a crescer inevitavelmente com meus pais. Eles me disseram que o coração da gente se enche de calos, que as pessoas o calejam com todos os erros. E que com o tempo, já não se sente muita dor. Eu, que me atrasei na vida em me apa
Acabo escrevendo por não poder falar. Embora eu já tenha falado muito, parece que a vontade nunca acaba. Falei para amigos, irmãos, para médicos, primos e não parece ser o suficiente. A dor de ter que esquecer tantos fatos pra poder seguir em frente me abala até o fio de cabelo. Eu acho que já era. É, já era tudo. O difícil mesmo é seguir em frente com tantos planos já feitos e agora vazios. Antes de dormir eu costumava a planejar cada ato, abraço, beijo, sexo, palavras. Hoje planejo como esquecer. Como tirar da cabeça as frases, a mentira, toda a história que ainda nem sei mas que já machuca. Planejo como seguir em frente, mesmo trombando na rua, dizendo "oi" e seguindo adiante. Eu, que sempre quis isso diante de tantos desencontros. Hoje, tomo um remédio pra náuseas, outro pra me acalmar e mais um para as dores de cabeça que me acompanham. A noite, antes de dormir, faço uma oração pra voltar a ser feliz. 
Acho que vou jogar todos os alfajores no lixo. Eu nunca senti um gosto tão ruim num chocolate com doce de leite. Acredite me corroeu o estômago. E não tenho vontade alguma de olhar pra essa caixa marrom. Nem para os cadernos e cartas que não abri. Não vou abrir. Não quero mais.