O que será que se ganha quando me perde? Será que se alivia, sorri, gargalha, dorme bem? Será que se cria uma história onde há o lado da vitória? Será que é gostoso, satisfatório, engraçado, sarcástico? Será que passam a me conhecer melhor? Será que a vida fica mais colorida? Será, a minha vida, mais calma e minha. Será meu caminho mais firme, mais seguro. Será meu rosto mais corado, meu corpo mais rígido, meu coração mais valente. Será minha crença egoísta, meu diálogo justo sempre, minha fala sem medos, minha lealdade sempre presente. Será meu futuro mais certo, sem medo, com família e churrasco no quintal aos fins de semana. Será minha certeza de que amar a mim mesma será sempre, a primeira opção.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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