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Mostrando postagens de fevereiro, 2012
Engraçado como a vida sempre me põe numa corda bamba, no meio do circo, lotado de gente contente. E aí, eu vou com a cara mais lavada, de quem acha que sabe se equilibrar, sorrindo pra todo mundo, e fingindo que onde estou nem é lá, tão alto assim. Ando levando tudo no bom humor. E fazendo meu interior ser pessimista. Isso, bem pessimista. Porque só assim pra eu me esforçar para o que pode dar certo. O que pode dar certo? É isso que vou me perguntando, enquanto caminho, com a sombrinha na mão, o brilho ora caindo, ora subindo, mas eu não paro de sorrir. "A esperança dança na corda bamba de sombrinha, e em cada passo dessa linha pode se machucar. Azar! A esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista, tem que continuar..." 
A cada dia que passa, me encanto mais com crianças. E me lembro da minha mãe gritando como se rogasse uma praga, que eu teria uns dez filhos. Que seja. Acredito que se cada um deles, vier sendo fruto de um amor, tudo bem. Mas até isso aí acontecer... ih, pode demorar tempo demais. Então, até lá, se eu tiver um só, ainda há tempo e motivo pra comemorar.
Alguém já viu resto de amor e carinho ir embora com o vento? Assim, numa tarde de quarta-feira, aquele restinho evaporar e daí não sentir mais nada? Eu sei agora como é. Ficou nada. Um bocado de indiferença, o respeito substituiu o rancor... e é isso. E fui embora sorrindo por alívio e por uma emoção contida, que não sei ainda o nome.
Trabalhos a fazer, essa casa vazia, um mundo de possibilidades e uma vontade incrível de entrar de cabeça onde talvez não seja tão legal. Não que eu queira, mas paixonite infectou aqui. (Pode ser como gripe, qualquer coisa, piorando, eu tomo um remedinho que sara). E eu sei que foi só desse lado de cá. E quanto mais eu escuto "ela é doida comigo!" na forma mais irônica e brincalhona possível, mais eu me entorto na hora de dormir. Mais eu procuro pelas mãos. Mais eu menos. Mais ela mais. Mas ela, bem menos que eu , provavelmente. 
Quase nada dentro de mim é incontrolável, por incrível que pareça. Concentração e determinação são duas linhas que sigo firmemente. O problema-chave está na vontade (controlável) de esquecer um pouquinho o controle, o limite, determinar por mim mesma, que pular da janela pode não ser tão fatal assim. É cotidiano morrer. E voar também pode ser.
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Era sempre assim. Naquele quarto-mundo branco, onde ninguém poderia me escutar, eu botava a mesma playlist, o mais pesadinho que eu tinha, e me fazia parecer contente, no último volume. Deitava na cama, e com o travesseiro por cima da cabeça, encharcava o lençol de tanto chorar. E é a mesma playlist que botei hoje pra fazer a mesma coisa. Mais um quarto-mundo, mais fronhas molhadas. E depois tudo seca. O quarto inteiro, e meu interior. 
Não deveria ser permitido escrever aos domingos. Não pra mim. A cada domingo, eu poderia ter uma crise de amnésia. Poderia engolir automaticamente esse ar embolado que entra por minha boca e desce feito um canhão por minha garganta. Eu só quero me entregar em algum lugar por aí... e aos domingos a vontade aumenta. Seja na cama, seja nos (a)braços, seja na rua, seja dessa janela. (Nesses dias tão estranhos, fica a poeira se escondendo pelos cantos).
"Pode ser da vida acostumar, sobre estar só, eu sei." E talvez seja a fase mais contente da minha vida. Depende como eu olhar a janela.
Acho que é isso. Costume. O tempo de transição, a trajetória pela ponte, pode ser muito, muito difícil. Mas olha, eu já estou quase do outro lado. As malas cheias. E cadernos novos, ainda em branco.
Já não suporto essa dorzinha mixuruca que vem em dias de sol, me deixa bamba, fraca e depois vai embora a fim de deixar claro que volta mais tarde. Que venha, então, e rasga de uma vez meu peito. Eu já não tenho medo. Me faça chorar, gritar de dor, se for o caso! Mas venha com intensidade! Eu te desafio. É, isso mesmo. Te desafio e vir me fazer mal. Que é pra eu morrer de verdade, e ter o imenso prazer de nascer outra vez.
Corre que vou atrás, com o pior dos assuntos. Silencia, e eu me derreto com o desafio de te fazer falar. Diz que não devo, que eu provo exatamente o contrário. Finge que não vê, que não lê, que na verdade não quer mesmo saber. Eu sou mesmo muito pequena, muito "pele sensível", muito rosa choque. Mas eu sou de ariana de determinação, de intensidade e impulsão. 
Voltando pra antiga rotina, o vento batendo forte no meu rosto sempre soou como liberdade pra mim. E eu vim escutando todas as músicas que iam me deixando cada vez mais frágil, mais mole e mais confusa. Me pergunto insistentemente o por quê disso tudo aqui dentro, agora. Por que, se eu já senti tudo que eu precisava, diante dela? Já senti amor, tesão, medo, carinho, compaixão, ódio, ciúmes, gratidão... eu já guardei mil coisas e já as soltei totalmente, liberei meu espírito de quase tudo. Me forço agora, para não mais guardar mágoas. Parece quase impossível ás vezes. Mas ainda me imagino contente em andar pela rua, mesmo que sozinha, e de coração aberto para o mundo, e encontrando com um antigo amor acompanhado sorria desejando o melhor do mundo pra eles. Um passo de cada vez, eu prometi a mim mesma. E assim vou fazer. Talvez seja por isso mesmo, que tudo esteja doloroso e confuso agora. Acabo de chegar no lugar onde há pedaços de um amor antigo, fotos, cartas, desenhos, tudo empoeira
Certas coisas que chegam ao meu ouvido e ferem o orgulho. Dá uma pontadinha no ego, no coração talvez. Instinto humano. Não sou assim, tão de ferro. Mas a vida segue, escorre como água em cachoeira, de tão fugaz. Soa ridículo, mas é isso aí.
Eu havia parado de contabilizar possíveis perdas. Sei, que lá no fundo, não perdi quase nada. É que não dá pra se perder o que na verdade, nunca se teve. Então, o que eu tinha era tão pouco... o que acontecia, era que o que eu construía sozinha, aqui dentro, todos os planos, supostos sonhos e a minha tão sempre determinação, deixava transbordar minhas conquistas. Soa muito prepotente isso tudo, eu sei. Soa pouco humilde também. Mas eu juro que é verdade. Sobrava feitos da minha parte. Eu entregava ao outro lado, e pronto, me sentia satisfeita. Agora é aprender a conter certas coisinhas. Sonhar pra mim. Me vestir pra mim. Crescer pra mim mesma. Parece óbvio, mas isso de ter e não ter um amor, deixa tudo confuso e perdido.
Não que eu seja extremamente dramática ou cem por cento romântica, mas a partir do momento em que preciso verificar mil detalhes pra saber se vale a pena sair e encontrar com uma turma de pessoas legais (eu digo legais, pela grande maioria), é que as coisas estão complicadas demais para o meu gosto. Eu simplifico. Diminuo transtornos. Quero o meu bem. E ás vezes, pra isso, é melhor ficar em casa, ou sair até sozinha, do que me submeter a "um bem" que pouco bem me fará.