Já não suporto essa dorzinha mixuruca que vem em dias de sol, me deixa bamba, fraca e depois vai embora a fim de deixar claro que volta mais tarde. Que venha, então, e rasga de uma vez meu peito. Eu já não tenho medo. Me faça chorar, gritar de dor, se for o caso! Mas venha com intensidade! Eu te desafio. É, isso mesmo. Te desafio e vir me fazer mal. Que é pra eu morrer de verdade, e ter o imenso prazer de nascer outra vez.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
Comentários