Agora, a noite vem chegando mais cedo. Escurece de fora pra dentro, a velha rotina ainda me chama. Entro no quarto, acendo a luz fraca. Dói um pouco, mas depois de tanta força que meus pais me deram, impossível eu não aceitar a realidade aos poucos. As pessoas erram, por vários motivos. O quanto ouvi deles sobre aprender a perdoar, e a querer que todos fiquem bem, sempre. Eu olhava pra tela, e deixava as lágrimas correrem, deixava eles falando e mostrando uma nobreza que eu só queria captar inteiramente pra mim. Eu estava triste, cansada, mas em partes chorava de emoção. Quando eu falava da saudade de casa, meu pai dizia que poderíamos nos encontrar nos sonhos, porque nossa alma se desprende, e eu só não posso ir para lugares escuros. Sei que preciso aprender muita coisa para clarear a mente, meu espírito. Sei que ainda vou ter dias e dias doloridos. Mas a estrada segue. E pela saudade dos meus pais, eu acabo tendo a nostalgia dos dias e noites no quintal de casa, ouvindo o violão dele e a voz da minha mãe. Lembro de todas as músicas que cresci ouvindo, especialmente aos domingos. E de como é melhor guardar lembranças boas do que as ruins. É um esforço grande, mas vale a pena tentar. Que fique apenas meu perdão, e minha vontade de seguir em frente. Enquanto isso, sonho com o dia em que eu entrar em casa pra matar toda essa saudade que sinto todo santo dia.

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