Acho que vou jogar todos os alfajores no lixo. Eu nunca senti um gosto tão ruim num chocolate com doce de leite. Acredite me corroeu o estômago. E não tenho vontade alguma de olhar pra essa caixa marrom. Nem para os cadernos e cartas que não abri. Não vou abrir. Não quero mais.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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