Não entendo o sentido, de qualquer forma, mas depois que chego à multidão me sinto melhor. É quando quase me perco de vista, nesse lugar onde tudo é muito e sou só mais uma. Me sinto melhor em ser só mais uma, e saber disso de forma nítida, em calma e sentindo paz. Mais uma que erra, mais uma que pode se dar mal. Talvez seja por isso. Ameniza a dor quando tudo pode dar errado. Afinal, dar errado é normal pra todo mundo. Os cinquenta por cento de chance sempre pairam sobre minha cabeça, mas vai saber se é a metade boa ou a metade ruim. E no meio de tanta gente, mercado, ruas, comidas, bebidas, papéis e buzinas, vai saber quem é que vai me encontrar. Ás vezes é melhor se perder por aí. Onde as chances e proporções aumentam. Fica tudo gigantesco. Eu, minúscula, procurando simplesmente andar, esconder meus fracassos e me sentir comum. Por não ser tão forte e não saber lidar com tudo. Por querer as coisas mais simples e até agora, lograr muito pouco.
I'm like a bird, Six Feet Under e os últimos 5 anos da minha vida.
Deixei essa música pra tocar, porque me lembro de ouvi-la há anos, desde quando terminava o ensino médio, até à época em que entrei pra faculdade. Hoje, trabalho em uma rádio que toca sempre, mesmo que ela seja uma música velha que a geração dos meus irmãos mais novos nem conhece. E toda vez que ela (e outras músicas antiguinhas) tocam enquanto trabalho, minha mente volta anos atrás. Acabo analisando várias coisas. Naquela época, eu achava que não iria gostar tanto de ninguém, e como minha vontade secreta sempre foi "bater asas" por aí, mudar de estado, país, conhecer coisas e lugares novos, eu sempre me via na música. Parecia coisa de adolescente mesmo, querer tudo aquilo. Mas aí, hoje vejo que estou a um passo de largar o pouco que tenho (pouco mesmo) pra me aventurar em uma vida que eu pensava em ter. Obviamente, eu gostei de muita gente, amei demais, sofri mais ainda (infelizmente ainda não consigo olhar apenas com o coração sem mágoa nenhuma de todos os meus ...
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