Minha cabeça pendia em cima do livro, sem vontade alguma de ler. Era intervalo, minha segunda vez ali. Haviam conhecidos, mas eu preferi ficar longe, sozinha. Esse medo de gente, que vez ou outra volta dentro de mim, me deixa triste. É, triste e desesperada. Porque além de qualquer circunstância, posso ser julgada, extremamente observada, zombada, excluída, e pior! Posso ser ainda, vista como arrogante. Talvez eu seja mesmo. Meu pescoço ainda dói. Mas prefiro ficar observando as letras do livro. Logo passa.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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