Esse zunido que dá no ouvido da gente, querendo dizer alguma coisa muito importante mas a gente finge que não ouve. Eu sei, são conselhos do meu ego. As janelas têm rede, que até podem ser cortadas com uma tesourinha escolar. Mas ainda estão aqui, e talvez sejam resistentes. Talvez. Porque quando eu acredito que é melhor ficar, algo me empurra. E quando eu cismo que vou pular, alguém segura meus pés ao chão. Eu não tenho certeza do que quero, do que é, do que sou. E a única vez que eu disse, enchendo a boca, que tinha certeza de alguma coisa, senti uma punhalada nas costas, da qual não me esqueço a dor. Então, caminho pelas cordas bambas achando que estou bem. Que não vão invadir minha alma, mais do que já invadiram meu corpo, que mesmo se fixar na minha mente, eu permanecerei bem. Tranquila, sóbria, de tal forma que ainda haja cor nas maçãs do rosto e que eu não esteja apática.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
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