Gosto da falta de tempo pra pensar. Sobra prática, faltam minhas teorias mirabolantes sobre o que sou para cada um e consequentemente um "quê" de liberdade, quando tudo ao redor ganha um dólar por crítica. O que eu quero parece caro e não dá pra pedir de natal. A dúvida quanto ao caráter dos outros, a certeza de alguma coisa realmente boa e forte que outros sentem por mim. Ligar o "foda-se". Eu quero esse botão de natal também. Mesmo que eu me sinta com cinco anos, abrindo uma caixa de um brinquedo que vai me fazer brincar sozinha, pela maioria do tempo.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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