Faz um tempo, venho procurando liberdade. De início, liberdade com meus pais. Mais tarde, comigo mesma. Um pouco depois, liberdade com amigos, amores. Depois, quis a liberdade com um amor, que tantas vezes sufocou. Agora, quero a liberdade de talvez, não amar ou não morrer por não ter mais nem o amor sufocante e nem o amor que tanto me fez bem. Eu só queria amar e ser livre. Mas a dor é profunda demais quando não se pode ter os dois.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
Comentários