Eu não quero machucar ninguém. Muito menos a mim mesma. Quero poder dizer com a voz forte e decidida o que quero e o que não quero. Ultimamente, descarto indecisões, imprecisões e perfeições. Nem diante das coisas mais sérias eu consigo deixar a tensão tomar conta de mim. Sabe, anestesia? Pois é. Quero sentir só as coisas boas. Culpa, medo, fraqueza, ódio eu esqueço, deixo de lado, pra depois, se for o caso. Não que isso seja perfeito. É só uma decisão firme. Toda essa dor que cantam por aí, dizem sentir, por motivos tão comuns, tão reais mas tão normais, eu já senti. De dia, de noite, chovendo, com sol, no meio da multidão, ou numa estrada sozinha. Eu sei que passa. Então é o que desejo para o mundo e para mim: renovação.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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