Dá pra sorrir, cantar, dá pra falar de mulher, comentar e rir. Dá pra curtir um álbum velho, que não se ouvia desde os treze anos. Dá pra dormir e acordar, comer freneticamente com a esperança de ter satisfação. Dá pra pensar no futuro até. Mas e aí, certas coisas é melhor ninguém nem tocar no assunto. É, a vida e muito mais do que eu estou pensando. E que eu raciocine logo. E volte a por o pé na estrada, e um sorriso de verdade no rosto, vai.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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