No meio da noite acordo e, naqueles momentos de virar o corpo pro outro lado da cama, solto um riso estranho, de sono embriagado e misturado a mais alguma coisa que não sei sintetizar numa só palavra. Podia simplesmente sentir falta e voltar a dormir. Mas as lições de fazer de tudo isso um pacote de motivos pra sorrir, vieram dela. E aquele resmungo de quem não gosta do arzinho do "respiro" que solto no seu ombro, aquela mania de começar uma guerra de cócegas mesmo sabendo que vai perder, os sustos matutinos que já não me pegam mais (porque prefiro sorrir a me assustar), chegam e são sempre bem vindos. Porque sorrir economiza musculatura, amar aumenta o tempo de vida, tempo e espaço são meros detalhes.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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