Fictício.

Me levantei, naquela segunda-feira maldita. Pus em meu rosto, um sorriso lindo, a única coisa que iria mostrar a todos que me veriam durante a semana. Pois antes, falaram tanto que eu estava errando de ter continuado namorando aquele idiota. E continuei, sorrindo aos quatro ventos. E o quanto ainda o amo. Tenho que sofrer mesmo, burrinha demais que fui. Enquanto ele quis, me teve ao lado dele, como se eu, fosse um troféu. Sofro calada, sozinha, no meu quarto, somente depois de falar com minha mãe no telefone e de dispensar todos os meninos que acabo ficando no fim de semana, que agora está super badalado. Só então choro. Mas ninguém, ninguém sabe disso além de mim. E quando me perguntam no trabalho, a única coisa que consigo responder é: a gente continua junto, sorriso escancarado doendo o cantinho da boca. Ele continua comigo em minha mente. Continua me ligando, querendo saber como estou. Continua me trazendo flores feias e estranhas. Continua me jogando almofadas na cara, me fazendo correr para o banheiro de tanta cosquinhas. Continua! Eu garanto! E eu, estou traindo ele por todas as sextas-feiras, sábados e domingos. Saio sempre, e beijo meninos que não me dão um pingo de valor. E que eu também não dou. É apenas uma troca de amassos que não acaba em nada. Eu não deixo que acabe. Como fiz ontem a noite, depois de ouvir minha mãe lamentar no telefone, tive que ouvir as piores cantadas de garotos imbecis. A única coisa que estranhei foi uma voz que não era nada masculina... meu sono era tanto, mas eu sabia que não era minha mãe. Era uma garota. E depois daquela voz tão sensual, comecei a me perguntar o que eu havia feito depois de beber tanto numa boate com um nome estranho...

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