As oito horas que durmo, pela noite, são carregadas por dois cobertores pesados em cima do meu corpo. Ao acordar, tenho de me vestir, me cobrir, exageradamente, muito frio, mais frio. As unhas ficam roxas, a cabeça dói. O vento forte e gelado, deixa meu ouvido com dor. E assim, é o dia inteiro, até a hora de você chegar.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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