Pela manhã tenho sono excessivo e me emburro muito fácil. Se eu tiver tido um sonho ruim, já lhe mostro a cara para que se afaste. Qualquer tipo de alteração na sua rotina já me faz ter medo. Um medo que só você conhece e que mais ninguém vê, a cara amarrada aqui não deixa. Te faço mil perguntas no final do dia, e mostro meu egoísmo misturado num copo com saudade. Todo dia, quase a mesma coisa. Quero matar seus antigos amores, quero que percam os olhos que sejam todos perfurados. Rebolo na sua frente, pra ver o que tenho. Ou o que não tenho e acabo te fazendo rir. Choro como um bebê, porque sinto ódio quando não pode sorrir pra mim depois de um cartão antigo e idiota ser encontrado numa agendinha de garota da oitava série. Mas acabo rindo depois. Te puxo pelo cós da calça, corro atrás, se não alcançar, te puxo os cabelos, peço perdão e olho pro chão. Na festa, eu te quero sem parar. Eu peço seu cheiro o tempo todo, até fazer aquela cara e querer dançar um pouco distante. Eu sento no seu colo, eu procuro até ver tudo em você. Ou te vejo dançar, pra mim, e pro mundo que vê. Mas quero só pra mim, só pra mim. Eu desejo mal a seus desafetos, e a quem chega tão perto de você. Eu quero te fazer tudo, todo o bem, toda a dança que puder ser dançada, todo o desejo criado crescendo aí dentro. Eu quero seu amor, e seu carinho. Eu busco tudo, quase todo dia, da forma mais maluca ou mais errada do mundo. Eu te provoco ciúmes, e simulo um abandono de brincadeira, só pra dizer que sou só sua. Eu digo que vou dormir, ou que chamei minha mãe pra vir também. Mas no fundo é só pra ver essa sua cara de quem vai me matar...

Mesmo assim, eu ouço 'te amo' todos os dias. Se não ouvir, eu te faço falar. Nem que eu inunde sua rua lágrimas, ou te pego pela cintura e aperto na parede. Ne me quitte pas.