Debaixo d'agua quente, começava os versos.

- "Eu quero é viver em paz..." - parava. Aquilo não era dela. Tentou outra vez.
- Pudera eu beijar mil bocas, pra lhe provar o quanto seria superficial... Pudera provar pra mim mesma, o quanto meu corpo desprende da alma ao seu lado, e o quanto dói com lembranças, na distância de metros. - Ouvia vozes. Parou.

Vai saber, se uma boca te engana menina. Vai saber se o desejo consome seu amor. Vai saber o quanto te guardam as mágoas. Vai saber se seu coração resolve adormecer solitário. Não quer se entregar por que menina? Vai saber se qualquer lábio de esquina te ilude, te leva pro fim, dizendo que é tudo. Vai saber o gosto do sexo, sem aroma doce nem puro. Vai saber quem você é menina, vai...

Saiu atordoada do chuveiro. Mais gente queria entrar. Casa cheia, cabeça cheia. E um vazio. Por que a vida tinha que sacanear tanto? Vai saber...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog