Alguém já viu resto de amor e carinho ir embora com o vento? Assim, numa tarde de quarta-feira, aquele restinho evaporar e daí não sentir mais nada? Eu sei agora como é. Ficou nada. Um bocado de indiferença, o respeito substituiu o rancor... e é isso. E fui embora sorrindo por alívio e por uma emoção contida, que não sei ainda o nome.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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