Confesso enfim. Sim, eu confesso que ainda há algo fora do lugar. Que me incomoda, tira um pouco minha fome, e ás vezes dá ânsia. E eu sempre esperava passar, deixava ir embora, sabendo que voltaria. Mas é que ainda não encontrei a solução, se é que existe. Mas é desgraçante, desgraceira, é uma desgraça eu não conseguir mais deixar as lágrimas rolarem. Não encharcar mais o travesseiro, não sentir dores de cabeça, de tanto chorar. Sim, eu tenho motivos. Mas cá estou, pálida, tentando não criar expectativas e nem me lamentar pelo passado fracassado. Fico entre o medo do futuro e o pânico do que deu errado antes. Desgraçado medo.
Todo esse tempo me pareceu um treinamento. Acordar cedo, me preparar e aproveitar mais um dia, como se fosse um a menos na solidão. E assim o fiz. Contei na verdade, as cartelas do remédio que todo todos os dias tomo pra controlar meus hormônios. De fato, se ele controla tenho gratidão. Mas convenhamos que procurar outro remédio poderia ajudar mais. Por todo esse tempo eu me entreguei a todos os sentimentos possíveis. Mas era como um treino, onde eu teria que ser cada dia mais e mais forte. Sinceramente posso dizer que não existem de formas sólidas, nenhum vínculo mais com aqueles lugares. Com aquelas pessoas. Talvez meus pais me olhassem mais a fundo e veriam que eu estou em desespero pra voltar. Mas se eu trato de falar sobre estudos, eles esquecem. Toda essa coisa de oportunidades... tudo isso me trouxe aqui. Mas, mais uma vez não sei dizer se vejo as coisas com uma cara tão boa assim. Feliz mesmo seria se eu tivesse largado todo aquele lado de lá, a fim de não ter a cabeça e
Comentários
Forte. Mas uma das coisas mais bonitas que já li...