Como marionete, totalmente sem controle. Alguém grande demais pra conseguir enxergar lá debaixo,  pega pelos braços e a troca de lugar. Casa, estrada, casa, quarto. Ás vezes lhe coça a barriga, lhe sangra os dedos com tinta, a faz correr principalmente. Deve ser engraçado assistir a tudo isso. Quase um espetáculo sem espectador. Porque é só a marionete sem controle, seus braços finos, as pernas longas e o caminho longo, distante debaixo do sol de papel. Vez ou outra chove, as cores desbotam, e o controlador vem fazer ela dançar com qualquer tom, qualquer som, pra puxar a linha da boca que faz o sorriso sorrir. Ás vezes cola, ás vezes a linha repuxa e ele emenda com um drama se a boca embola, jogando gotinhas nos olhos, entorta o pescoço e narra mais um conto, que conta devagar, como é que ela foi parar ali, sozinha, outra vez.

Comentários

J.V.Kaisen. disse…
Lendo para minha mãe, depois que eu já tinha lido umas 3 ou 4 vezes, ela disse: "Nossa, que isso!" ... Maravilhadas, ficamos!
Sofia, disse…
Brigada Má! ^^ Mesmo, mesmo!

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