Quando penso no que poderia pedir aos céus, só queria apagar da mente todo e qualquer resquício de quem me faz tanto mal, mesmo que não abra a boca. Que me arranque todas as dores, e a falta do que não tive, do que faltou por todos os anos, da alternância entre o amar e o ferir, do amor superficial, da falta de moral. Que me faça escarrar com vontade a mágoa que nem sei que carrego, que eu chore e vomite o sangue pela hipocrisia, pelo sorriso pretensioso, pelas perguntas tendenciosas, e por de noite, procurar um abraço no lugar. Eu queria saber não precisar dele, pois sei que nunca vai chegar. Sei que daqui pra frente, a solidão e a vida numa mala, é mais certa. Não há tempo pra desculpas, não há como desfazer a merda, não tenho mais cinco anos. E já não quero medidas de quem me ama, de quem entende, de quem sabe exatamente a solução. Que eu devo sair, viajar, nunca mais voltar, beber, experimentar, tentar ou desistir. Eu nem comecei a primeira parte, que é realmente não precisar de ninguém. Que é não me sentir só no meio da multidão. Que é não implorar por qualquer abraço, atenção. Que é ligar o foda-se e viver.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
Comentários
Cm certeza foi escrito de coração.
Grande abraço.