Quando ser forte, cansa. Cansa manter toda essa estrutura segurando um ano e um mês de saudade, de cansaço, de persistência, de esforço pra aprender, das dificuldades. Cansa fugir de enfrentar toda essa frustração, buscar aceitação de que mesmo me esforçando tanto, boa parte dos planos já era. Não, não foi culpa minha. Estar fora da zona de conforto tentando me adaptar sempre foi um desafio que enfrentei por vezes. Levantei a cabeça e toquei o bonde não foi só uma vez. E não, não é fácil. E não, eu não sofro porque quero. Ser forte é muito mais do que apenas segurar o choro e continuar a andar. Talvez seja chorar mesmo, todos os dias se for preciso, mas não desistir. Talvez ser forte, seja sair da zona de conforto por vezes e encarar um mundo totalmente diferente do seu, perder o chão e todos os refúgios mas ainda assim não voltar atrás por saber que é uma evolução. E então, ser forte talvez seja também desistir de vários sonhos e planos, aceitar a realidade dos fatos, deitar na cama e deixar o turbilhão de dores passar por cima. *e que venha o turbilhão, porque cansei.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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