Ouvindo a voz do meu irmão de 13 anos (que não vejo há mais de um mês) pelo telefone, senti saudades da época em que eu era apenas uma garota na quinta série.

Uma amiga, a Lana e eu, saindo da escola. Ela ia beijar um garoto pela primeira vez. Eu achava aquilo bem empolgante. Mas parecia um contrato. Eu, ela e o menino, caminhamos silenciosamente até uma rua, depois da escola. O garoto na frente, ela olhava pra mim com uma cara de quem havia esperado a vida toda por ele. É, esperar ela esperou. Mas não sei se era ele mesmo.

Chegamos até uma árvore. Lana me olhou como se quisesse dizer algo.

"Ah é, eu tenho que ficar longe", pensei. "Que sem graça! Andei até aqui pra quê?". Saí, fiquei na outra rua esperando. Quando comecei a me empolgar com aquela paisagem bucólica da cidade em que morava, vi ela voltando. "Vamos?" perguntou. "Como assim? Já?". "É...". É, o 'contrato' havia acabado. Não consegui nem imaginar que aquele tempo tão minúsculo foi uma 'ficada'. Fui embora pensando no que era ficar afinal. Se antes não entendia, o caso da Lana me confundiu ainda mais. Se ela gostou? Bom, nem perguntei. Pra mim, nem houve tempo pra pensar em gostar. Mas sei que a partir daquele dia, não conseguia saber pra que servia o beijo. E nem no dia em que me 'arranjaram' uma boca pra beijar, entendi bem. Além de ter uma platéia me vendo perder o tal 'bv', era outro 'contrato'.

Uma garota frustada? Nem nem! Demorou, mas hoje eu sei o real valor de um beijo. Um beijo de verdade. A saudade que sinto daquela época, me faz rir, por tanta questionação, sobre algo que parece tão simples pra tanta gente. Mas pra mim, tem alguém muito especial por trás!

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