O tédio me engolia aos poucos. Barulhos, barulhos, gritos. No quarto, claro e alto, eu queria subir pelas paredes, louca. Um alicate de unha, o som alto, mas nada. Não farei nada. Eu disse que não iria chorar. Não o fiz. Queria me divertir, só. Só com um elefante no chão, um urso novo mas cheio de história pra contar. Lembrei da agulha, aquilo era divertido há anos atrás. Agulha, linha e mãos. Comecei a costurar pouco a pouco em minha mão, sorrindo sozinha, patética. As vezes lembrava daquele sentimento de rejeição, o motivo de querer me afundar ali mesmo. Lembrava que me esqueceram facil demais. Lembrava de tudo, nos últimos dias. Mas acreditava que por segundos, esqueceria tudo. Costurando, sem perceber o quê, afundava a agulha no pulso, e achava engraçado nao sentir nada na palma da mão. Três minutos depois, saiu o que estava preso. Não entendi porque tudo aquilo. Mas pudera. Poderia ser Kampf. Poderia ser qualquer outra coisa com 'K'. Mas não era isso. Lá estava, a letra. Apenas um símbolo. Mas com enorme e complexo significado.
Eu falo como se fosse a primeira vez. Sinto medo como se tivesse ainda quinze anos. E já que falar tudo que eu queria não tá adiantando muito, não vai mudar... eu peço que faça qualquer coisa, pra eu não ver mais beleza em qualquer lugar ou coisa que tenha você. Grata.
Comentários