Há uns anos atrás, minha diversão era entrar no meu quarto e escrever até a mão doer. Escrever qualquer tolice, que seja. Pra mim mesma, pensando em mim. Pra variar um pouco eu descrevia todas as pessoas da minha sala, como se fossem personagens em quadrinhos. Meu mundo era tão único e meu, que até hoje não consigo mais sentir as mesmas sensações. Mas era pequeno demais, diante do resto do mundo 'real'. Hoje, tenho vontade de escrever sobre tanta coisa, que acabo ficando 'atada' e não escrevo quase nada. Meu medo, é perder a vontade de escrever um dia. Acredito que seja a única coisa que eu possa fazer, sem precisar de nada mais do que um lápis e um papel. O mais legal. Ainda sou pobre com as frases, mas um dia eu chego lá.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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