Desci a rua com um ar de liberdade, de quem há pouco sofreu tanto, mas que acaba de ganhar forças pra continuar. Dentro de mim, uma pequena queixa, por não poder fazer melhor, mais e poder ficar com você dentro do bolso. Perdi o sentido do lado da rua, olhando pro céu, tentando achar uma estrela cadente. 'Eu quero tanto fazer um pedido' pensei. Mas depois de não encontrar nenhuma, não me esquentei. As coisas já estavam boas demais, pra melhorar assim. Sorri sozinha., meio boba. Passei a mão pelo meu rosto, sentindo o cheiro do perfume. Agora, vejo porque muitas vezes, não consigo mostrar a força do que sinto. É quase intorpecente, isso que me preenche. Não tenho tempo, nem consigo tentar te mostrar, a não ser aos impulsos nervosos de um gritos pela rua. Mas ainda sim, vou conseguir. Minha madrugada vai ser lembrar dos peixes, da lagartixa e da barata! E de cada reação sua em cada situação. Vou dormir sorrindo. Por dentro, a imensidão de um amor, que sinto com tanta força e cresce a cada dia. E a constante certeza do que quero, e do que me faz bem.
Voltou aquele sorriso tímido que eu media milimetricamente de longe, para considerar que era sim um momento de felicidade. Voltou o 'bom dia' mais legal, as perguntas sobre a vida e a 'boa noite' pedindo o abraço que eu ainda não sei dar. Voltou sem seu violão melodramático, no quintal solitário, porque voltou contente. Voltou sem julgar nada, ninguém, nem mesmo ele. Voltou meio ciumento, mas hoje olha pra mim e vê, porque sabe que há espaço pra ele também. Voltou pra mim e marcou seu território, aqui dentro e pelo mundo, daqueles que, apesar de tudo, eu ainda admiro. Meu pai voltou.
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