Sinto o cotidiano na pele, chego em casa e faço as mesmas coisas sempre. Conformista demais, hoje tenho vontade de pintar o meio das unhas de preto, como fazia há meses atrás. Vontade de me trancar no quarto, com a música no último volume, e escrever, e extrair de mim tudo que resta de útil, o que não deve dar lá muita coisa. Lendo um livro, deixando o estudo pra uma lida no metrô, ouvindo música durante o trabalho e constrindo um péssimo histórico de 'garota sem atenção'. Em questão de dois segundos, viajo pra bem longe, perto de você, ou pra anos atrás. Em questão de minutos, vejo como sou tosca, cada dia mais me desprezo. Em questão de horas, sinto fome, muita fome e vontade de dormir. Com os dias, vejo que pouca coisa melhora, que não correspondo às expectativas de ninguém, mesmo lembrando que só tenho que corresponder às minhas. E eu as tenho?
Minha meta até outro dia era saber passar o esmalte preto sozinha, no meio da unha, pra não borrar as beiradas. Acho que cresci, e só agora nxerguei o tamanho de tudo ao meu redor, e dentro de mim.
Minha meta até outro dia era saber passar o esmalte preto sozinha, no meio da unha, pra não borrar as beiradas. Acho que cresci, e só agora nxerguei o tamanho de tudo ao meu redor, e dentro de mim.
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