Aos 13, escutava e cantava com frequência, músicas que ainda faziam pouco sentido pra mim. Sozinha, num quarto com pôsteres que falavam comigo e música alta, nunca me sentia sozinha ao ponto de não gostar. Escrevia, sem parar, compulsivamente, besteiras. Queria conhecer o resto do mundo pra contar pro meu quarto como era lá fora. Um pouco de mudança me fazia feliz. Sonhos? Morar em um lugar legal, e poder escutar muita, muita música diferente. Cresci numa família, onde música era parte do dia, ou da semana. Pra mim, do dia. Minha vida mudou, muito. De cidade em cidade, amigos vêm e vão, estudos em mente, mais música. Saí daquele quarto, vivi e vivo coisas que nem me surpreendem tanto mais. Por ignorância, atrofiei minha visão de mundo ao que parecia mais comum. E o que é a vida? A coisa mais incrível que já se inventaram? Pois, depois de um quarto claro, onde pensava muito mais do que aqui fora, concluo, sabendo que haverá mil a mais a concluir: o que me faz viver bem, é a música, as palavras, e contrariando minha antiga solidão, pessoas. Não tantas, mas especificamente, um pouco que me faz ver o mundo aqui fora de um jeito menos ignorante e mais intenso.

Mais amor, por favor.

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