A casa das três mulheres. Um dos lugares onde moro.

Mãe, filha e... quase sobrinha. A mais velha, professora, divorciada, louca por arte, em 'crise' no momento com paqueras ou pelo menos em busca delas pela internet, extrovertida, fala o que pensa. A filha, uma garota de doze anos, muito tímida, introvertida digamos assim (dizem que parece com o pai filósofo), poucos amigos, odeia sair de casa, viciada em videoclipes musicais e hits do momento, a famosa cdf que não gosta de matar aulas. A quase sobrinha, filha de uma amiga da mãe citada lá em cima, uma garota de dezoito anos que saiu da casa dos pais há pouco querendo um pouco mais de liberdade, emprego e uma vaga em universidade, apaixonada por uma garota, e a procura de amigos na nova cidade. Crescem todas, estranhamente juntas, querendo ver o lado feliz da vida. Um canal de tevê, a internet viciante, a vontade de estudar, a vontade de namorar, a vontade de se descobrir quem é e o que se faz de melhor. Saudade de casa, saudade do pai, saudade do que nem se viveu, saudade da adolescência, se sentam na mesa e contam histórias de meninas em árvores sozinhas, de namoros universitários misturados a manifestações estudantis, de garotos que pegam no pé, de machucados, de festas...

Preferiu não se casar. Preferiu não estudar o que não se gosta. Preferiu não ter amigos, por enquanto. Preferiu as garotas. Preferiu a tevê. Preferiu viver olhando o lado bom da vida.

O negócio é ser mulher. Isso que deixa tudo mais complexo.
Mais forte. Mais humano talvez. Mas com certeza, com mais gosto, mais amor, mais sentimento e mais vida.

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